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16 QUADRAS
(16 Blocks, EUA, 2006)
Gênero: Aventura
Duração: 105 min.
Elenco: Bruce Willis, Mos Def
Compositor: Klaus Badelt
Roteirista: Richard Wenk
Diretor: Richard Donner
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Em tempo real
Richard Donner retorna ao estilo que
consagrou na série MÁQUINA MORTÍFERA, desta vez com Bruce Willis combatendo
vilões em tempo real - como o Jack Bauer de 24 HORAS
Richard Donner foi um dos mais importantes
diretores de filmes de ação de Hollywood. O homem é mais veterano do que se
imagina. Ele começou dirigindo seriados de televisão no final dos anos 50. Só
nos anos 70 é que ele ficaria famoso, dirigindo os sucessos A PROFECIA (1976) e
SUPERMAN (1978). Nos anos 80, ele atingiu o auge com O FEITIÇO DE ÁQUILA (1985),
OS GOONIES (1985) e a bem sucedida franquia MÁQUINA MORTÍFERA (1987), que se
estendeu para a década seguinte. Foi com essa série estrelada por Mel Gibson e
Danny Glover que Donner mostrou o seu potencial como mestre dos filmes de ação.
Pena que depois do quarto filme da série (1998), Donner não fez mais nada digno
de nota.
16 QUADRAS (2006) é meio como que um retorno de Donner ao grande estilo. Bom, ao
menos, é um bom filme policial, coisa que está faltando no cinema made in
Hollywood. Os americanos sabem que estão perdendo território para os
seriados de televisão e para as produções de Hong Kong e da França. Tanto que
estão exportando cineastas de fora para darem novo ânimo ao cinemão. O próprio
Bruce Willis estreou um filmaço dirigido por um francês, o subestimado REFÉM, de
Florent Emilio Siri.
16 QUADRAS é uma espécie de atualização de ROTA SUICIDA, de Clint Eastwood - a
história de um policial que luta contra outros policiais a fim de defender suas
crenças. O filme não dá tudo de bandeja para o espectador. Só aos poucos vamos
sabendo as reais motivações do personagem de Willis e dos vilões, chefiados por
David Morse. Willis faz o papel de um tira deprimido e beberrão que, num dia de
ressaca, recebe a tarefa de levar um presidiário (Mos Def) para o tribunal. No
meio do caminho (as 16 quadras do título, a serem percorridas em tempo real),
obviamente, as coisas se complicam.
O personagem de Bruce Willis é uma pequena variação dos tipos que ele tem
apresentado recentemente. É a figura do tira meio desanimado. Desta vez, tem até
o detalhe do cabelo e do bigode grisalhos e da barriga de cerveja. Em certo
momento, quando ele conversa no carro com Mos Def, ele chega a dizer que a vida
é longa demais. Parece que esse tipo de personagem, meio zumbi, começou na
carreira de Willis com os filmes de Shyamalan, O SEXTO SENTIDO (1999) e CORPO
FECHADO (2000). Desde então, ele parece não conseguir fugir disso. Willis nunca
foi mesmo um bom ator, mas é com certeza um astro de carisma. E boa parte do
sucesso de 16 QUADRAS se deve a ele, embora as cenas de tiroteio e de carros se
espatifando nas ruas, a cargo de Donner, também contem pontos. Mas sei lá, sou
mais o Jack Bauer de 24 HORAS.
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