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WATCHMEN: O FILME
Produção:
2009
Duração: 162 min.
Direção:
Zack
Snyder
Elenco:
Malin
Akerman, Billy Crudup, Matthew Goode, Jackie Earle Haley, Jeffrey
Dean Morgan, Patrick Wilson, Carla Gugino, Matt Frewer, Stephen
McHattie
Vídeo: Widescreen Anamórfico 2.40:1 (1080p/VC-1)
Áudio: Inglês (Dolby TrueHD 5.1), Português, Francês, Alemão,
Italiano, Espanhol (Dolby Digital 5.1)
Legendas: Português, Inglês, Espanhol,
Francês, Holandês, Dinamarquês, Alemão, Italiano, Sueco, Finlandês,
Norueguês, Inglês
Nº de discos: 2
Região: A, B, C
Distribuidora:
Paramount
Lançamento: 02/09/2009 |
Cotações:
Filme -
Imagem:
Áudio:
Extras/Menus:
Média:
Comentários de
Ailton Monteiro (Filme)
Jorge Saldanha (Blu-ray) |
SINOPSE
É o ano de 1985 e alguém mata o Comediante, um dos super-heróis
conhecidos como Vigilantes (Watchmen). Coruja, Rorschach e Espectral
aliam-se para revidar ao assassinato, e logo descobrem um sinistro plano
que coloca toda a humanidade em grave perigo. Ao lutar para impedir a
iminente catástrofe, os super-heróis percebem que são o alvo da
destruição. Mas se os Watchmen se forem, quem nos salvará?
COMENTÁRIOS
Meu
primeiro contato com Watchmen, a graphic novel de Alan
Moore e Dave Gibbons, foi em 1990, e praticamente nessa mesma época já
se especulava sobre uma adaptação para o cinema da obra. Muito tempo e
especulações sobre diretores se passaram, até que a materialização do
projeto finalmente aconteceu. Zack Snyder, que já havia feito a
adaptação de 300
(2007), de Frank Miller, foi o escolhido para assumir o controle. E, ao
contrário do que eu esperava, até que Snyder se saiu bem em sua
empreitada. Principalmente se levarmos em consideração as dificuldades
de se adaptar uma obra extensa, complexa e tão elogiada.
WATCHMEN: O FILME pode até ser tachado como um grande videoclipe ou uma
cópia xerox da obra original, mas de uma coisa não se pode reclamar: de
sua fidelidade e respeito à graphic novel. Se a obra original
dispõe de textos para complementar seu bem construído universo, Snyder
faz o que pode para condensar aquilo tudo num filme de cerca de duas
horas e quarenta minutos, e a essência da série transparece nos ótimos
créditos iniciais ao som de "The Times They Are A-Changing", de Bob
Dylan. Há outras sequências musicais que se destacam, como a cena do
funeral do Comediante, ao som de "The Sound of Silence", de Simon &
Garfunkel; e a cena de sexo entre o Coruja e a Espectro, ao som de "Hallelujah",
de Leonard Cohen. Basta lembra que Snyder já tinha entusiasmado a muitos
nesse quesito ao botar pra tocar "The Man Comes Around", de Johnny Cash,
em MADRUGADA
DOS MORTOS (2004). Quer dizer, Snyder é, no mínimo, um cara de bom
gosto.
Outro destaque do filme é a escolha dos atores e a perfeição na
caracterização dos personagens. Diria que entre os personagens
principais, o único que deixou um pouco a desejar foi Matthew Goode, no
papel de Ozymandias, o homem que carrega o título de "o mais inteligente
do mundo". O maior problema é que o ator não convence nesse quesito. Mas
os demais - Comediante (Jeffrey Dean Morgan), Rorschach (Jackie Earle
Haley), Coruja (Patrick Wilson), Dr. Manhattan (Billy Crudup), a
primeira Espectral (Carla Gugino) e a segunda (Malin Akerman), ambas,
aliás, estão lindas e sensuais no filme – são exemplos de uma escolha de
elenco e um perfeccionismo na caracterização que devem ser louvados.
Outro ponto positivo é a coragem de fazer uma obra adulta, sem abrir mão
de sexo, nudez e violência gráfica.
A trama começa com o assassinato de Eddie Blake, o Comediante, e a
posterior investigação do caso pelo paranóico Rorschach. Ambos são
personagens com características de sociopatas. E esse é um dos aspectos
mais interessantes da obra de Moore. Seus vigilantes não são perfeitos e
éticos como os heróis convencionais. Eles são complexos e cheios de tons
de cinza, como os seres humanos. A trama de WATCHMEN se passa nos
Estados Unidos em 1985, com Richard Nixon no poder em seu terceiro
mandato como Presidente. Há uma preocupação enorme com uma iminente
terceira guerra mundial desencadeada pela disputa Estados Unidos-União
Soviética, típica da Guerra Fria. Dos heróis, o único que possui
super-poderes é o Dr. Manhattan, um cientista que devido a um acidente
nuclear se transforma num sujeito azul que pode fazer o que quiser com a
matéria, sendo tido como um deus por muitos, devido a seus
extraordinários poderes.
Tive sorte de ter relido Watchmen já faz algum tempo. Assim, não
aconteceu o que havia acontecido antes com
SIN CITY, de
Robert Rodriguez e Frank Miller, quando eu sabia de tudo o que ia
acontecer. Aliás, mesmo que quisesse narrar tudo o que consta na obra
original, Snyder teria que providenciar uma mini-série e não um único
longa-metragem. Mas uma mini-série televisiva, por outro lado,
dificilmente poderia bancar esse tipo de produção, por mais que os
efeitos visuais sejam puro CGI. Claro que o filme não é perfeito.
Tamanho respeito à obra de Moore não permitiu a Snyder alçar voos
maiores e mais ousados e fazer algumas modificações no enredo ou injetar
mais "alma" em sua obra. Mas como mexer muito seria como mexer num
vespeiro, então talvez tenha sido mais sábio de sua parte prestar suas
homenagens aos quadrinhos, por mais que Alan Moore tenha pedido para
retirar seu nome dos créditos e não queira sequer ver o filme.
O BD
O Blu-ray
duplo de WATCHMEN: O FILME lançado
no mercado nacional pela Paramount corresponde à edição, o que significa
dizer que ele traz a versão de cinema – nos EUA, onde o filme é
distribuído pela Warner, foi lançada apenas a Versão do Diretor, com 34
minutos adicionais mas sem opções de idioma em português. Provavelmente
também teremos aqui futuramente uma versão mais longa do filme, até
porque a chamada Black Freighter Edition já será lançada nos EUA
no final do ano, porém mesmo assim esta edição já pode ser considerada
uma das melhores em Blu-ray disponíveis em nosso mercado.
O filme recebeu uma transferência anamórfica na proporção original
2.40:1 (1080/24p
VC-1)
simplesmente impecável.
Com boa parte da ação ocorrendo à noite, em ambientes escuros, a imagem
sempre possui pretos firmes e fortes, com um grande senso de
profundidade. Os detalhes de sombra são ótimos, como se constata já nas
cenas iniciais da morte do Comediante. O filme traz uma flagrante
manipulação das cores para criar uma imagem estilizada, e sob este
aspecto sua reprodução é excelente. Isso nos traz belas e bem definidas
cenas, como as da Guerra do Vietnam e o próprio visual azulado brilhante
do Dr. Manhattan. Os detalhes das roupas dos personagens e paisagens
também são vistos de forma excepcional, em uma transfer livre de
filtros e artefatos que apenas apresenta uma leve granulação,
perfeitamente reproduzindo o que vimos no cinema.
O áudio original em inglês Dolby TrueHD 5.1 impressiona tanto quanto o
vídeo: quando necessário é atmosférico e sutil, e nas horas certas
simplesmente explosivo. É uma faixa lossless altamente
direcional, onde tudo é ouvido nos mínimos detalhes – a chuva caindo nas
ruas de Nova York, os efeitos direcionais de teletransporte do Dr.
Manhattan, os graves poderosos que emanam do subwoofer, os
diálogos cristalinos, e por aí vai. Também há disponíveis dublagens
Dolby Digital 5.1 em espanhol,
francês,
alemão
e italiano,
com legendas em português e vários outros idiomas. Os menus são simples,
estáticos, seguindo mais o padrão dos BDs da Warner que da Paramount.
OS EXTRAS
As
edições norte-americana e européia (esta a mesma lançada em Blu-ray no
Brasil) de WATCHMEN – O FILME, além de trazerem versões diferentes do
filme, também trazem extras diferenciados. O grande trunfo do BD
estadunidense não temos aqui – uma faixa PIP com o diretor Zack Snyder.
Nossa versão de cinema não traz comentários em áudio, mas possui mais
vídeos que a do Tio Sam – e este material, localizado em disco à parte e
quase todo em HD 1080p, possui legendas em português.
-
Tecnologia de um Mundo Fantástico
(HD,
16:49min.) - Featurette onde um físico que foi consultor
técnico do filme discute a ciência de WATCHMEN – física quântica, os
poderes do Dr. Manhatan sobre a matéria, a tecnologia da nave do
Coruja, a máscara de Rorschach, e muito mais. Do que o filme mostra,
ele comenta o que pode um dia tornar-se realidade. Quem gosta de
física irá adorar;
-
O
Fenômeno: O Gibi que Mudou a História dos Quadrinhos
(HD, 28:48min.) – Documentário onde o elenco, integrantes da DC
Comics, jornalistas, Dave Gibbons e até o vocalista da banda My
Chemical Romance falam sobre a criação da obra, o design,
elementos temáticos e a “filmagem do infilmável”;
-
Super-Heróis Verdadeiros, Vigilantes Verdadeiros
(HD,
26:19min.) – Documentário que aborda a história dos vigilantes –
civis que fazem Justiça por conta própria – em Nova York, dos anos
1970 até hoje. Também mostra as diferenças entre as leis
estadunidenses e britânicas na aplicação de força letal em tais
casos;
-
Clipe de Desolution Row com My Chemical Romance
(HD,
03:17min.) – Caso você goste desta canção, aqui está o videoclipe
dela. Já eu considero de modo geral estes vídeos como os mais
dispensáveis dos extras, portanto...;
-
Watchmen: Arquivos em Vídeo
(HD,
36:12min.) – Temos aqui onze Webisódios, cada um tratando de
diferentes aspectos de WATCHMEN: O FILME: criação dos cenários,
figurino, a nave do Coruja, Dave Gibbons, fotografia, a criação do
Dr. Manhattan, comparações entre os quadrinhos e o filme, elenco,
etc. Se isoladamente parecem superficiais, em conjunto formam um
interessante making of da produção;
-
Viral Video: NBS Nightly News
(SD, 03:07min.) – Falso (e divertido) noticiário dos anos 1970 sobre
o décimo aniversário do Dr. Manhattan. Dois apresentadores falam
sobre o super-herói, e são mostradas entrevistas com o público e o
trecho de um desenho animado do personagem. A imagem e o som são
degradados, a fim de simular a aparência de uma gravação em vídeo
com mais de trinta anos.
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