A
música da terceira temporada de
Battlestar Galactica é trazida até nós pelo jovem
compositor da série, Bear McCreary. A seleção musical deste
álbum oferece destaques da temporada, selecionados pelo
compositor para melhor representar seu trabalho nesta fase
do programa. É desnecessário dizer que selecionar as faixas
para este CD foi uma tarefa desafiadora, já que havia muito
material para escolha. Eventualmente o álbum começou a tomar
forma, com todas as fontes musicais importantes e
significativas se fazendo presentes, incluindo a versão
muito legal de um clássico de Bob Dylan que encerra o
disco. Esta é uma seleção de scores
que serverm bem à série, oferecendo um tempo generoso de
audição que é mais do que satisfatório para os ouvintes.
Sempre tive opiniões conflitantes sobre esta nova
Battlestar Galactica. Enquanto
reconheço que ela é bem superior à original em termos de
dramaticidade e ritmo, sinto que ela perdeu muito do
espírito de aventura que era característico de sua
predecessora. Também acho que o uso do efeito "câmera na
mão" é irritante, e a palavra "frack" é usada demais durante
os episódios. Quanto à música, também ela foi atualizada e é
totalmente diferente da original, como talvez devesse mesmo
ser para um produto reinventado. A boa notícia é que a
música de McCreary está se aprimorando conforme a série
progride, e seu trabalho na terceira temporada é um bom
indicativo disto.
A
primeira coisa que me chamou a atenção na música da terceira
temporada é sua fantástica, cristalina qualidade de
áudio. Deve ser a trilha sonora mais bem mixada do ano. No
entanto, uma boa mixagem só é efetiva se a partitura em si é
de alta qualidade, o que felizmente é o caso. O
score de McCreary é
verdadeiramente uma representação da raça humana, como
apresentada no programa. Ele oferece melodias de origens
asiática, irlandesa e do Oriente Médio, apenas para citar
algumas. Essas influências culturais são bem-vindas, já que
a Galactica é a última
esperança da humanidade, fazendo sentido ter uma variada
representação musical.
O
score também contém muitas
faixas dramáticas cujo alcance extrapola a tela da TV. Essas
sérias e efetivas peças musicais lhe dão uma idéia de quão
sério é o programa, afastando a idéia de que é uma space
opera; ele principalmente é uma história de
guerra. Adicionalmente, uma boa parte do
score é impulsionado pelo
impressionante uso que McCreary faz da percussão,
especialmente efetivo durante as cenas de ação. Se há um
elemento que identifica a música da série, eu diria que é a
percussão, já que não há presente um tema principal notável.
E
quanto ao tema principal, ou a falta de um - isto não é
culpa do compositor. A decisão de não usar o tema da série
original foi tomada pelos produtores ainda nos primeiros
estágios do projeto. Além disso, a equipe de produção ainda
não havia definido o estilo musical a ser usadio, sua única
certeza era de que o tema clássico não seria empregado, e
que uma abordagem orquestral tradicional seria
evitada. Então, Bear McCreary subiu a bordo, forneceu o
material que era necessário e o resto é história. Apesar de
achar que o estilo de Bear é criativo e serve bem ao que
propõe a série, penso que um tema facilmente identificável
também faria bem. Presumo que os produtores queriam evitar
que o programa acabasse usando uma música genericamente
similar à das últimas séries de
Jornada nas Estrelas, se
não optassem por algo diferente.
Enfim, no terceiro ano da série, a música de Bear McCreary
teve chance de se destacar, e todos somos beneficiários
disso. Este é um score
espetacular que não deve ser ouvido como uma típica trilha
sonora de televisão; é muito melhor. A diversidade oferecida
é valiosa, colaborando para criar uma experiência auditiva
de qualidade. Também devo assinalar que a música de Bear é
madura e bem escrita, e espero ansioso para ouví-la em uma
arena diferente, principalmente em
The Sarah Connor Chronicles.
Battlestar Galactica: Season 3
é uma forte recomendação que nos deixa ansioso pela música
que ouviremos na quarta temporada. |