Se você apreciou a partitura do primeiro A Hora do Rush,
certamente irá adorar a de sua continuação. Igualmente composta pelo
veterano Lalo
Schifrin, Rush Hour 2 contém a
mesma mistura de música urbana ocidental com música chinesa (ou pelo
menos a sua versão hollywoodiana) que seu autor consagrou em
Enter The
Dragon (1973). Nada mais natural, já que esta é a trilha
preferida do diretor Brett Ratner e foi o fator primordial para que ele
tenha utilizado Schifrin em todos os seus filmes até agora. No entanto,
notamos algumas pequenas diferenças no tratamento musical, devidas à
ambientação do filme e à própria criatividade do compositor. Schifrin
demonstra mais uma vez que as técnicas de composição, por ele utilizadas
a partir dos anos 60, ainda estão atuais, e podem ser perfeitamente
ampliadas para a grande orquestra. A faixa inicial, "Rush
Hour 2 - Main Title"
,
reprisa o tema do filme anterior com ênfase em percussão asiática e
sopros, mas com um tom mais grandioso, sendo o tema principal
introduzido pela trompa. A melodia se expande no underscore para
incluir os violinos, e em seguida toda a orquestra.
Schifrin é um mestre em músicas de ação e suspense, e em faixas como
"Out Of The Way" e “Parlor Fight”, ele combina percussão, metais, cordas
e harmonias asiáticas para criar um fundo musical que se realça. Há
momentos mais calmos como em "Isabella", que se inicia como um tema de
amor e se desenvolve como uma faixa de suspense com violinos e sopros,
no melhor estilo Schifrin. Também temos “source music” (música que os
personagens do filme também ouvem, em festas ou cassinos por exemplo),
em estilo big band, como “Lil Darlin”, de Neil Hefti, "Shiny
Stockings" de Frank Foster, e mais algumas de autoria do próprio
Schifrin, que nos remetem aos álbuns do saudoso
Henry Mancini.
As últimas duas faixas ("The Sword and The Spear" e "The Dragon and The
Treasure") pontuam o movimentado final do filme, e encerram o CD de
forma mais do que satisfatória. Como tem sido hábito em CDs americanos
recentes (graças a um acordo das gravadoras com o sindicato de músicos,
de modo a permitir CDs de maior duração), todos os músicos estão
creditados no encarte, e dentre eles encontramos alguns veteranos
colaboradores de Schifrin, como o baterista Harvey Mason e o baixista
Abraham (Abe) Laboriel. Rush Hour 2 - o score, não
confundir com a seleção de canções lançada no Brasil - é um CD essencial
para quem quer ouvir um mestre dos anos 60 ainda em plena forma.
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