Se você esteve em coma durante os últimos
dois anos, deixe-me dar algumas informações sobre
True Blood,
outra aclamada série da HBO. Nela, graças à invenção de
sangue sintético, os seres humanos e os ex-párias vampiros
tornaram-se concidadãos. Em Bon Temps, Louisiana, vive
Sookie Stackhouse (Anna Paquin), uma jovem garçonete
telepática. Ela mesma uma segregada, se apaixona pelo
vampiro Bill Compton (Stephen Moyer), e este é apenas o
começo de uma trama cheia de mistério, romance, terror,
sexo, fantasia, drogas, violência e humor.
Tenho certeza de que quando alguém fala sobre
a música da série, a primeira coisa que vem à mente do
espectador é a
cativante
canção tema "Bad
Things" interpretada por Jace Everett. No entanto, o cimento
que une todos os elementos de
True Blood
é o score criado por
Nathan Barr. Trabalhando em seu estúdio caseiro em Topanga
Canyon, Barr escreveu, arranjou e interpretou a maior parte
de sua música. A trilha original da
primeira
temporada de True Blood
gira em
torno de um pequeno conjunto de instrumentos acústicos -
violoncelo, violão e piano -,
e há um vibe único nos
temas de Barr, que se encaixa perfeitamente com a
ambientação do programa e seu desenvolvimento.
Alguns arranjos inesperados e
complexos para o pequeno conjunto de instrumentos, tocados
por vezes de forma despretensiosa mas ainda calorosa,
resultam em melodias maravilhosamente requintadas. Às vezes,
romântica, gótica, há leveza e delicadeza suficiente nessa
música para ajudar a
nos conectarmos
com os personagens memoráveis
da série.
A trilha toda
é tão boa que seria injusto apontar seus destaques, uma vez
que mesmo as faixas menos reconhecíveis são muito boas.
Não obstante, os fãs do
programa reconhecerão facilmente os principais temas e
faixas do álbum. "Hairclip", "First Taste", "Bill and Sookie
Together" e "Love Theme" trazem o característico tema de
amor de Bill e Sookie, enquanto "Tripping" e "Amy's Goodbye"
contem o motivo da droga V, bem como o tema de Jason e Amy
também ouvido em "Jason and Amy". Entre outras faixas
reconhecíveis do álbum temos a primeira, "Take Me Home", que
é a versão vocal de "The Funeral" e que ouvimos na emotiva
cena em que Sookie come a torta de sua avó falecida.
Falando sobre "Take Me Home", uma das grandes
qualidades do score de Barr é a colaboração de
Lisbeth Scott, a quem tive o prazer de conhecer pessoalmente
em 2007 no
Música
Em Cena, o encontro da música de cinema que
aconteceu no Rio de Janeiro. Scott é uma mulher linda e
também um grande pianista, com uma voz incrível. Na trilha
de True Blood
ela canta a balada "Take Me Home", toca o piano na última
faixa "Love Theme", e faz um dueto com Barr em "Sancto
Erico". Indiscutivelmente Scott dá a este trabalho um toque
sensível e suave, que faz com que ele soe ainda melhor.
Eu recomendo que você ouça
com atenção os 45 minutos deste agradável CD da Varèse
Sarabande. Palmas para Barr, que continuou a compor muito
bem para a segunda temporada do seriado. Portanto, é seguro
afirmar que teremos outro álbum com scores de
True Blood em um
futuro próximo. |