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Apesar de Michael
Kamen ter
composto alguns ótimos scores, como o primeiro
Máquina
Mortífera,
Duro de Matar
e Robin Hood, a trilha de X-Men é um tanto
decepcionante. Para começar, o tema dedicado aos mutantes carece de
vibração, o que é uma pena já que, tradicionalmente, filmes baseados em
heróis dos quadrinhos sempre tiveram temas marcantes – casos de
Superman
(John Williams),
Batman
(Danny Elfman) e até
mesmo O
Fantasma (David Newman) e O Sombra (Jerry
Goldsmith).
A maior parte da trilha combina orquestra com ritmo techno,
como em "Train", na qual o compositor utiliza violinos cortantes. Já
algumas faixas orquestrais beiram a atonalidade, na qual dissonâncias
servem para descrever os poderes psíquicos de alguns personagens. Estes
momentos lembram o trabalho de Elliot Goldenthal em Batman
Eternamente, e até funcionam na tela, porém não deixam no ouvinte
uma impressão mais duradoura. Via de regra mais interessantes que o tema
dedicado aos X-Men, são os de Magneto e de sua Irmandade de Mutantes.
Para a interessantíssima Mística Kamen utiliza uma melodia conduzida por
violoncelo elétrico, em um misto de ameaça e sensualidade.
Mas, sem dúvida, o grande momento do score é o
belo tema dedicado a Wolverine e Vampira,
ouvido com maior destaque quase ao final. Dizem que os rumos musicais
adotados por Kamen foram ditados pelo próprio diretor Bryan Singer, que
habitualmente utiliza, em seus filmes, o montador/compositor John Ottman.
O certo é que X-Men não é uma trilha destituída de valores
intrínsecos, mas que não está à altura do que o filme pedia. |
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