o filme
Até 1973, o maior astro das artes marciais do cinema, Bruce
Lee, era conhecido nos Estados Unidos somente pela série de TV O
Besouro Verde (na qual era Kato, o assistente do herói) e pontas que
fez em outra série, Longstreet, e no filme de James Garner
Marlowe. No entanto, ele já era um superstar na Ásia, onde
seus filmes O Dragão Chinês, A Fúria do Dragão e O Vôo
do Dragão levavam multidões aos cinemas. Anos antes Hollywood não
reconhecera o potencial de Lee, chegando ao ponto de aproveitar sua
idéia para a série Kung Fu, porém contratando o caucasiano David
Carradine para protagonizá-la. Decepcionado, Lee mudou-se para Hong
Kong, onde estrelou os três filmes citados para o produtor Raymond Chow,
que tornaram-se sucessos estrondosos. Foi somente após isso que
Hollywood, através dos produtores Fred Weintraub e Paull Heller, o
procurou para estrelar um filme de artes marciais de grande orçamento,
que se tornaria o maior sucesso do gênero em todos os tempos,
imortalizaria Bruce Lee e abriria o mercado ocidental para os filmes de
ação de Hong Kong: Operação Dragão (Enter The Dragon,
1973). Vendo a oportunidade de finalmente tornar-se um astro também nos
EUA, Lee interrompeu as filmagens de O Jogo da Morte, que também
dirigiria, e assinou o contrato para estrelar a produção da Warner. A
trama do filme, inspirada nos filmes de James Bond, apresenta um vilão
claramente calcado no Dr. No: de tempos em tempos, o chefão chinês Han (Shih
Kien) realiza um torneio de artes marciais em sua ilha-fortaleza, que é
apenas uma fachada para o recrutamento de novos distribuidores do ópio
que ele mesmo produz. O Serviço Secreto inglês designa Lee (Bruce Lee)
para competir no torneio e obter as provas necessárias para condenar Han.
Mas Lee também possui um interesse pessoal na missão, já que o
guarda-costas de Han, OHarra (Bob Wall), fora o responsável pela morte
de sua irmã (Angela Mao). Já na ilha, Lee ganha como aliado outro
competidor do torneio, o americano Hopper (John Saxon), que testemunha a
morte de seu amigo Williams (Jim Kelly) a mando de Han. Sozinhos, os
dois terão de derrotar o vilão e sua horda de lutadores. Hoje,
quando os filmes de ação e artes marciais usam e abusam de efeitos
especiais e fios que suspendem os atores, Operação Dragão ainda
impressiona por suas cenas quase que totalmente filmadas e coreografadas
on camera, e nas quais brilha tão-somente a perícia dos
lutadores, em especial do carismático Lee - responsável pela coreografia
de todas as cenas de luta. O filme, dirigido pelo falecido Robert Clouse,
também se beneficia de caprichadas cenografia e fotografia, e da
antológica trilha sonora de
Lalo Schifrin.
Lamentavelmente Lee, que retomara as filmagens de O Jogo da Morte,
morreu em circunstâncias misteriosas uma semana antes da estréia de
Operação Dragão nos EUA. O homem Lee morrera, mas a lenda de Bruce
Lee recém havia nascido.
O DVD
Em 1998, ano do seu 25º aniversário,
Operação Dragão ganhou uma Edição Especial em DVD que
restaurou quatro minutos de cenas que não haviam sido exibidas nos
cinemas, além de apresentar uma quantidade expressiva de extras para a
época. Esta nova Edição Especial comemorativa do 30º aniversário do
filme (ou seja, lançada com um pouco de atraso até mesmo nos EUA), com 2
discos, além de todos os bônus anteriores agrega mais extras, e
apresenta uma nova transferência da versão estendida de 1998, com vídeo
e áudio remasterizados. Como antes o filme está no formato original
widescreen anamórfico 2.35:1, porém
nota-se uma razoável melhoria na qualidade da imagem em relação à versão
anterior. Algumas imperfeições da película (principalmente na cena
adicionada em que Lee conversa com o monge shaolin) foram corrigidas, e
a imagem apresenta cores mais vivas e melhor contraste. Temos áudio
Dolby Digital 5.1 Surround em inglês (também superior ao da edição
anterior), além de dublagens mono em português e japonês, e espanhol em
Dolby Surround 2.0. Detalhe: como a dublagem em português é antiga, nas
cenas adicionais ouvimos somente diálogos em inglês. Estão disponíveis
legendas em português, inglês, bahasa-indonésio,
espanhol, chinês e coreano. Os menus, estáticos e com fundo
vermelho, apresentam imagens de Lee.
OS EXTRAS
Distribuídos nos dois discos, temos todos os extras da edição de
1998 e novo material de alta qualidade, que torna este lançamento
imperdível para os fãs de Lee e amantes do gênero:
Comentário de áudio do produtor Paul
Heller - Pode ser acionado durante o filme, contudo a Warner não
incluiu qualquer tipo de legendas;
Sangue e Aço: Fazendo Operação Dragão - Documentário de 30
minutos inédito, produzido em 2003 por Fred Weintraub e o ator/lutador
Bob Wall, em comemoração ao 30º aniversário do filme;
Bruce Lee: Em suas Próprias Palavras - Documentário de John
Little focado na filosofia de vida de Lee, com muitos depoimentos de
arquivo do ator;
Bruce Lee: A Jornada de um Guerreiro - O melhor extra do pacote,
é um documentário de 100 minutos também dirigido por John Little, em
2000, que nos dá uma visão abrangente da vida de Lee, marcada por sua
busca pelo perfeccionismo como artista marcial e ator. O melhor de tudo
é que ele apresenta todas as cenas filmadas por Lee para O Jogo da
Morte, reconstruídas de acordo com os rascunhos do roteiro original
descobertos há poucos anos. Assistindo-se a esse segmento percebemos a
real dimensão do crime grotesco cometido contra Lee, que foi a produção
daquele filme oportunista de 1978. Este documentário já foi exibido no
Brasil pelo canal pago GNT, em 2002;
A Maldição do Dragão - Documentário de 1993 sobre a vida de Lee
(anteriormente lançado em VHS no Brasil) com 87 minutos, que ao final
traça um paralelo da morte de Bruce com o igualmente trágico destino de
seu filho Brandon, morto durante as filmagens de O Corvo;
Galeria de Entrevistas de Linda Lee Caldwell - Um série de
depoimentos da esposa de Lee, Linda;
Exercícios no Jardim com Bruce - Trechos de filmes caseiros (em
p&b) de Lee, treinando em casa.
Completando a longa série de extras, temos um curto making of
original de 1973 de Operação Dragão, e vários trailers e
spots de TV.
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