O
FILME
Rose
(Radha Mitchell) é uma mãe desesperada que, após sua filha adotiva
Sharon (Jodelle Ferland) ter sofrido um ataque quase fatal de
sonambulismo, a leva para a cidade fantasma de Silent Hill na tentativa
de resolver o mistério que faz com que a menina tenha terríveis
pesadelos, nos quais sempre menciona a cidade. No caminho elas são
abordadas pela policial rodoviária Cybil (Laurie Holden), que as
persegue achando tratar-se de um rapto. Em alta velocidade na estrada
que leva a Silent Hill e tentando evitar o atropelamento de uma garota
que surgiu no meio da estrada, Rose perde o controle do carro e desmaia.
Quando acorda, Sharon desapareceu. Chegando na cidade, sempre coberta
por uma constante neblina de cinzas, Rose reencontra Cybil. Não demora
para descobrirem que, juntamente com outras pessoas que ali vivem, ambas
estão isoladas numa espécie de limbo que freqüentemente se transforma
numa dimensão infernal, habitada por perigosas criaturas deformadas.
Nessas ocasiões, o único local seguro é a igreja da cidade. Enquanto seu
marido Chris (Sean Bean) tenta encontrá-la, Rose começa a desvendar a
verdade sobre sua filha adotiva e o apocalíptico incêndio que amaldiçoou
Silent Hill há 30 anos.
"Silent Hill" foi um memorável jogo de horror e ação lançado há quase 10
anos para o console Playstation, na esteira do sucesso de "Resident Evil".
Em comparação a este, era um game mais sombrio, trazendo
criaturas bem mais grotescas e com ênfase no terror psicológico. Sua
trama, complexa, era outro diferencial, e seu êxito acabou gerando uma
rentável franquia para a produtora Konami. A exemplo de outros games
de sucesso, como o próprio "Resident Evil", "Silent Hill" finalmente
acabou recebendo uma versão cinematográfica, roteirizada por Roger Avary
( Pulp Fiction) e dirigida pelo competente Christophe Gans (O
Pacto dos Lobos). O resultado final é uma prova da admiração e
respeito de ambos pelo original – gamers assumidos, consideram "Silent
Hill" uma obra-prima dos videogames, e não mediram esforços para
que, apesar de algumas modificações (no jogo o personagem principal é um
homem) e adaptações, necessárias para a transposição para as telas, o
filme conservasse a essência da fonte. E sob esse aspecto foram
vitoriosos, já que Terror em Silent Hill é a mais fiel adaptação
de um game já feita para o cinema, que agradou a maioria dos fãs
– o que não aconteceu, por exemplo, com os filmes da série
Resident Evil,
que se distanciaram demasiadamente da trama dos games. Mesmo para
quem nunca jogou o game, Terror em Silent Hill é um filme
de horror dos bons, de produção caprichada e que traz muito clima,
sustos e sangue. A direção de arte, a iluminação, o som, os efeitos
visuais, todos excelentes, colaboram para criar uma atmosfera
genuinamente aterrorizante. Para quem se arrepiou muitas noites jogando
em seu Playstation, o filme impressiona pela fidelidade com que as
criaturas de pesadelo foram levadas à tela. Fantástica, também, a
recriação da cidade fantasma de Silent Hill: várias locações do game
estão lá, idênticas. Outro exemplo do esforço de capturar a essência do
jogo está em sua trilha sonora. Apesar de o filme contar com uma
climática trilha musical composta por Jeff Danna, foram utilizadas
várias músicas do jogo, e a combinação final ficou perfeita. Claro que o
filme tem seus problemas: mesmo para quem conhece o game a trama
é bem complicada, e suas mais de duas horas de duração são excessivas. E
no final há uma perceptível perda de foco, quando o clima de horror
psicológico é substituído por uma sangrenta carnificina que parece ter
saído de Hellraiser. Mas apesar disso, Terror em Silent Hill
é um filme bem sucedido por trazer boas interpretações, atmosfera e
visual únicos e impressionantes, trama instigante, sustos e respeito à
fonte.
O
DVD
Aposto que Terror em Silent Hill receberá, num futuro próximo,
uma edição mais caprichada. Mas já este DVD, apesar de simples, possui
uma ótima qualidade técnica. A transferência de vídeo, no formato
original widescreen anamórfico 2.35:1 (feita em alta definição) é
ótima - apesar de em alguns momentos notarmos algum edge enhancement
em torno de objetos escuros filmados à frente de fundos claros. Mas o
contraste, cores (apesar dos filtros usados para criar o visual de
pesadelo exigido na maior parte do tempo) e níveis de preto são
excelentes. O aúdio Dolby Digital 5.1, em inglês, português e espanhol,
é agressivo nos momentos certos e valoriza os efeitos sonoros e a trilha
musical, que juntamente com o visual único são elementos importantes
para a construção do clima de horror do filme.
OS
EXTRAS
O DVD
traz como grande extra (além de alguns trailers de outros lançamentos da
Sony), o making of de 59 minutos originalmente intitulado "Path
of Darkness: Making 'Silent Hill", que é dividido em seis partes que
podem ser vistas individualmente ou em seqüência:
Origens, Elenco,
Cenário, Estrelas e Dublês, Criaturas Libertadas e Coreografia das
Criaturas. Cada segmento se relaciona a um aspecto da produção, e ao
longo deles temos depoimentos do elenco, do diretor e
outras pessoas envolvidas na realização, como o responsável pelas
criaturas Patrick Tatopoulos. Aliás, é dado bastante destaque à criação
dos monstros. Pena que em quase uma hora nada é mencionado sobre a
música do filme, que utiliza parte da
trilha original do jogo
composta por Akira Yamaoka. Seria interessante ouvir Jeff Danna comentar
sobre as músicas que compôs, em comparação às que vieram do videogame
(excelentes, por sinal).
MENUS
Os
menus estáticos (exceto o principal, que é animado) estão bem de acordo
com o clima de pesadelo do filme.
|