SINOPSE
Anos após ter sobrevivido ao ataque do cyborg vindo do futuro, que tinha por missão matar a
mãe daquele que será o líder da rebelião dos humanos contra as máquinas,
Sarah Connor (Linda Hamilton) está internada numa clínica psiquiátrica.
Agora, é seu filho John (Edward Furlong ) que está em perigo: um novo
modelo de Exterminador, capaz de assumir a forma de qualquer objeto ou
ser vivo, veio do futuro com a missão de matá-lo. Contudo, ao descobrir
que as máquinas enviaram outra máquina ao passado, desta vez para
matá-lo, o John do futuro envia o Exterminador modelo T-101 (Arnold
Schwarzenegger), para que seja seu protetor contra o letal T-1000
(Robert Patrick). John e o T-101 resgatam Sarah da clínica, e passam a
fugir dos ataques do T-1000. Sarah decide matar o técnico que está
desenvolvendo o chip que dará origem à rede de computadores que,
em poucos anos, provocará o devastador ataque das máquinas contra a
humanidade.
COMENTÁRIOS
Contando com elaborados e (à época) inovadores efeitos
gerados em computador, O Exterminador do Futuro 2: O Julgamento Final
(ou T2, como ficou conhecido nos EUA), foi uma supervalorizada,
cara e rentável seqüência do filme do diretor James Cameron de 1984 que,
na verdade, era uma modesta produção. Cameron fez algumas concessões para viabilizar esta
continuação com Schwarzenegger, que é destruído no filme original. Naquele
os Exterminadores eram unidades de infiltração, que se misturavam aos
rebeldes para descobrirem suas bases e, lá chegando, provocavam grande
destruição. Em um flashforward inclusive vimos um
destes cyborgs infiltrados em ação, e ele era bem diferente do
Schwarzenegger. Já neste T2 fica estabelecido que,
aparentemente, todos os T-101
são iguais ao "Schwarza", e ponto final. E ele até já chega ao presente
com cabelo espigado e tudo (no original ele só ficou assim depois de ter
passado por labaredas que lhe chamuscaram os cabelos)! Também, para
desagrado de muitos fãs do original, o T-101 foi humanizado: de fria
máquina assassina ele virou o "paizão" de John Connor. Na verdade essa
foi uma sugestão de Schwarzenegger a Cameron, que para variar queria
fazer o papel do mocinho e deixar toda a vilania a cargo do letal T-1000
(Robert Patrick, o agente Doggett de
Arquivo X).
Apesar de inferior ao
Exterminador do
Futuro original, James Cameron criou um filme de maior sucesso
graças à ação intensa, efeitos que ainda funcionam e um final emotivo.
O Exterminador do Futuro 2 venceu o Oscar nas categorias de Som,
Maquiagem, Edição de Efeitos Sonoros e Efeitos Especiais (desenvolvidos
pela Industrial Light & Magic, de George Lucas).
O DVD
Ao contrário do DVD do filme original, que recebeu uma edição
nacional completa da Fox/MGM, com dois discos (mas que não tinha
legendas em português nos extras), a sorte de
O Exterminador do Futuro 2 em DVD no Brasil não é das melhores. Em
2000 a Columbia lançou por aqui uma edição anêmica que nem trailer
tinha, cujo maior mérito era a faixa de áudio em inglês Dolby Digital
5.1 do filme. Já lá no distante Primeiro Mundo a coisa era bem
diferente. T2 já havia saído nos EUA em DVD em 1999, pela Artisan,
como o primeiro de dupla camada lançado no mercado. Esta versão, sem
qualquer extra, vídeo em letterbox e som DD 5.1, foi a base para
a versão que a Columbia lançou aqui. Em 2001 a Artisan lançou nos EUA a
edição Ultimate, um DVD-18 (de dupla camada nas duas faces)
contendo três versões do filme: a original de 137 minutos, a versão
estendida de 153 minutos e outra, de 156 minutos, escondida como
easter egg. O vídeo é widescreen 2.35:1 Anamórfico, e o áudio
em inglês, Dolby Digital 5.1 EX e DTS ES. Nos extras, podemos selecionar
o comentário de nada menos do que 26 pessoas do elenco, ler o roteiro
completo, ver 700 storyboards, assistir a 3 documentários - "The
Making Of T2" (o mesmo incluído nesta edição da Universal), "T2: More
Than Meets The Eye" e "T2: 3D: Breaking The Screen Barrier", além de
duas cenas eliminadas e trailers. Esta edição Ultimate
também foi lançada na Europa (pela Studio Canal), em
três discos PAL. O conteúdo é idêntico
à edição norte-americana, havendo somente
redução na duração das versões do
filme, já que no sistema PAL o filme passa a 25 fps (frames
per second, ou quadros por segundo), enquanto o NTSC, que utiliza 30
fps, através de uma duplicação de frames acaba por equivaler aos 24
quadros por segundo do cinema. Na Austrália, que também é Região 4 (e
utiliza o mesmo sistema PAL), esta versão foi lançada pela Universal
contendo apenas a versão estendida do filme. Posteriormente, em 2003, a
Artisan lançou nos EUA a edição Extreme de T2, com dois
discos contendo a versão de cinema e a estendida, novos extras e uma
versão do filme em alta definição, que só pode ser assistida em
computadores de última geração. O áudio é DD 5.1 EX.
Bom, tive de
escrever tudo isso para, finalmente, chegar a esta "Edição Especial" que
a Universal lançou no Brasil em parceria com o selo europeu
Studio Canal. Que, se considerada isoladamente e
em função do preço de lançamento (R$ 29,90), é uma opção atraente para
os fãs do filme. Contudo, se comparada com as edições primorosas
disponíveis lá fora, e considerando algumas características no mínimo
estranhas deste lançamento, a coisa muda de figura. A capa do DVD
é praticamente a mesma do antigo DVD da Columbia, distinguindo-se dele
principalmente pelos dizeres "2 Discos Edição Especial". Os menus
animados, retirados da edição Ultimate, parecem promissores. Mas
o estranho, para não dizer bizarro, começa quando entramos no menu de
seleção de idiomas. Talvez para facilitar a vida dos neófitos em DVD, a
Universal unificou a configuração de áudio/legendas em três opções:
Inglês (DD 5.1) com legendas em português, Inglês (DD 5.1) com legendas
em espanhol, e português sem legendas (não é a dublagem da TV, mas
sim uma nova em DD 5.1).
Como não é possível alterar áudio ou legendas durante o filme, via
controle remoto, quem por acaso quiser assistir ao filme no idioma
original, sem legenda alguma, não poderá fazê-lo. Para assistir ao filme
sem legendas, só optando pelo áudio em português!
Antes de prosseguir,
gostaria de registrar que, como seria de se esperar, o áudio DD 5.1 de
T2 é excelente. Foi o primeiro filme que teve uma trilha de áudio
inteiramente gravada digitalmente, e a força de seus graves ainda
surpreende. Agora, porque o áudio não é DD 5.1 EX, como nos equivalentes
do exterior? E o áudio DTS? Continuando: o disco 1 contém apenas a
versão já exibida nos cinemas, que corresponde à de 137 minutos da
edição Ultimate. Detalhe: no DVD nacional o filme tem apenas 131
minutos de duração, sem que tenha sido eliminada qualquer cena. Como
isso é possível? Bom, aqui temos outra característica bizarra: o DVD
nacional, que como os demais lançados por aqui é NTSC por padrão, possui
uma versão do filme que tem a mesma duração da versão standard
lançada na Europa, em PAL. A única explicação possível para isso é que a
Universal utilizou uma master PAL (provavelmente extraída do
Ultimate europeu), e quando da reconversão para NTSC o tempo de
duração de 131 minutos, obviamente, não voltou aos 137 minutos normais.
O resultado prático disso na tela, em termos de aceleração, é quase
imperceptível: a maior parte dos espectadores apenas notaria o aumento
de frames por segundo se, ao lado, estivesse assistindo também à
versão NTSC, que terminaria seis minutos após a versão PAL. Mas por
outro lado, em termos de qualidade do vídeo, receio que tenha havido
outros prejuízos. A imagem desta transferência é um pouco embaçada e as
cores me parecem um tanto esmaecidas - e isso, desconfio seriamente, é
decorrente dessa conversão/reconversão de sistemas PAL e NTSC.
OS EXTRAS
Os extras desta "Edição Especial" de O Exterminador do Futuro 2
estão todos no disco adicional, com legendas em português (que não podem
ser desativadas), e resumem-se ao Making Of T2, com 32
minutos de duração, o teaser "Construindo um Arnold Perfeito"
(que mostra o T-101 saindo da linha de montagem) e uma Galeria de 17 storyboards, batizada com o enigmático título de
"Apresentação". Sem dúvida o melhor extra é o Making Of, que
apesar de ser um documentário até tímido se comparado ao material bônus
que atualmente é produzido para os DVDs, nos dá uma boa visão dos
principais aspectos da produção do filme, além de algumas interessantes
cenas de bastidores. O pouco que sobra (este disco de extras não teve
utilizado nem 1/3 de sua capacidade de armazenamento) é decepcionante e
não merece maiores comentários, ainda mais quando sabemos que, no
exterior, há as edições em DVD deste filme repletas de extras, como já
citamos acima.
CONCLUSÃO
A Universal perdeu uma grande chance de lançar uma edição decente de
T2 no Brasil. Porque não utilizou na íntegra uma das versões
Ultimate lançadas na Europa e na Austrália? Simplesmente porque o
DVD nacional teria de ser barato? Mesmo que esse fosse o caso, quero
lembrar que a Buena Vista lançou aqui, pelos mesmos R$ 29,90, um DVD
duplo de
Piratas do Caribe superior a este T2 em quase todos os
aspectos. É lamentável que uma distribuidora, que começou suas
atividades no Brasil com lançamentos exemplares, esteja comprometendo
sua imagem (desculpem o trocadilho...) com uma série de DVDs desleixados
da Studio Canal.
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