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TRILOGIA STAR WARS
Direção:
George Lucas, Irvin Kershner, Richard Marquand
Elenco: Mark Hamill, Harrison Ford, Carrie Fisher, Alec Guinness,
David Prowse, James Earl Jones, Anthony Daniels, Billy Dee
Williams, Peter Mayhew, Frank Oz, Kenny Baker, Ian McDiarmid
Duração: 387 min
Distribuidora: Fox
Região: 4
Data de Lançamento: 21/09/2004
Nº de discos: 4
Cotações:
Filme:
   
DVD:
    
Comentários de
Jorge Saldanha
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os filmes
Em meados dos anos 70, o jovem diretor George Lucas já era
conhecido por ter dirigido os bem-sucedidos filmes THX 1138 (idem,
1971) e Loucuras de Verão (American Grafitti, 1973). No
entanto, Lucas estava frustrado por ainda não ter conseguido concretizar
o seu maior sonho, que era dirigir uma aventura tipo Flash Gordon
para o cinema. Lucas escreveu toda uma história que colocava, em um
cenário de space opera, elementos dos gêneros de filmes e
seriados que ele crescera assistindo: western, fantasia,
capa-e-espada, guerra e, obviamente, ficção científica. O material que
Lucas escrevera era suficiente para uma série de filmes, mas ele decidiu
que o resto seria contado mais tarde, caso a primeira aventura tivesse
sucesso. O jovem cineasta procurou vários estúdios, que não viram
chances de sucesso comercial em sua fantasia espacial, que para ser
transposta para as telas necessitaria de efeitos especiais até então
nunca vistos. Por sorte Lucas conseguiu sensibilizar Alan Ladd Jr.,
então chefe de assuntos criativos da Fox, para o seu novo projeto. Como
resultado, em 1977 Guerra nas Estrelas (Star Wars, que no
seu relançamento em 1979 recebeu o subtítulo Episodio IV: A New Hope)
tomou de assalto os cinemas do mundo todo. No filme tivemos o primeiro
contato com o maniqueísta, porém fascinante universo criado por Lucas,
que deu uma nova roupagem ao mito do herói e que, como descobrimos nos
capítulos seguintes, tratava na sua essência do longo caminho de um
homem rumo à redenção, e à reconciliação com seu filho.
Neste Episódio IV: Uma Nova Esperança, ficamos sabendo que a
secular e democrática República, protegida pelos lendários Cavaleiros
Jedi (uma casta de guerreiros que utilizava o poder místico conhecido
como A Força), foi derrubada pela ascensão ao poder de um déspota, que
declarara-se Imperador. Após o extermínio dos Jedis, o temível Lorde
Negro de Sith, Darth Vader (David Prowse, com voz de James Earl Jones),
comanda a esquadra Imperial na caça aos rebeldes que tentam, com
escassos recursos, enfrentar o Império e restaurar a República. É neste
cenário que o jovem fazendeiro Luke Skywalker (Mark Hamill), o
mercenário Han Solo (Harrison Ford), a Princesa Leia Organa (Carrie
Fischer) e o velho Jedi Obi-Wan Kenobi (Sir Alec Guiness) tornam-se os
personagens decisivos que levarão as Forças Rebeldes à sua primeira
grande vitória contra os opressores - a destruição da gigantesca estação
espacial Estrela da Morte, a mais poderosa arma do Império, capaz
de destruir um planeta inteiro. Além de ser um estrondoso sucesso de
bilheteria (até o final de 1979, já rendera US$ 546 milhões nas
bilheterias mundiais), Guerra nas Estrelas foi indicado para 10
prêmios Oscar® no ano seguinte, tendo conquistado sete estatuetas nas
categorias técnicas. O resultado mais óbvio do sucesso gigantesco de
público e crítica do filme foi o de popularizar definitivamente o gênero
ficção científica, que até então era sinônimo de obras cerebrais, à la
2001: Uma Odisséia
no Espaço (2001: A Space Odissey, 1968), ou na pior das
hipóteses de produções baratas e apelativas, abrindo caminho para uma
série de filmes memoráveis que chegariam nos anos seguintes, como
Alien, O Oitavo
Passageiro,
Jornada nas
Estrelas - O Filme, Blade Runner e
E.T. - O Extraterreste.
Mas o impacto causado por Guerra nas Estrelas na indústria
cinematográfica norte-americana foi bem maior do que gerar continuações,
imitações ou iniciar uma nova onda de Sci-Fi/fantasia no cinema.
Por ter sua estréia adiada de dezembro de 1976 para maio de 1977, o
filme marcou o início, nos EUA, dos lançamentos dos filmes da temporada
de verão já no mês de maio (até então estes lançamentos iniciavam em
meados de junho). Também, foi graças a Star Wars que as grandes
trilhas sinfônicas voltaram a ser ouvidas nos filmes. A clássica trilha
de John Williams,
interpretada pelos 110 músicos da prestigiada Orquestra Sinfônica de
Londres, foi a primeira a ser gravada em som Dolby Stereo, uma
grande inovação técnica à época. O álbum duplo tornou-se a trilha sonora
orquestral de maior sucesso até então, com mais de quatro milhões de
cópias vendidas. Além disso, a música do filme também foi adaptada para
o estilo disco pelo arranjador e produtor Meco Monardo, em uma
gravação que também quebrou recordes de vendas. Finalmente, a criação de
Lucas foi a primeira a utilizar o merchandising de forma maciça,
não limitando os lucros do filme somente à renda nas bilheterias, mas
estendendo-os também à venda de uma infinidade de itens por ele
inspirados: bonecos, kits de naves espaciais, revistas em
quadrinhos, canecas, roupas, discos, etc. Sem imaginar o sucesso
estrondoso que teria o filme, a Fox cedeu ao esperto Lucas os direitos
de exploração comercial dos personagens e demais elementos do filme. A
firma licenciada, Kerner Toys, faturou mais de um bilhão de dólares
anuais, pelos sete anos seguintes, em brinquedos que reproduziam os
personagens principais, bem como os andróides R2-D2, C3-P0, o peludo
Chewbacca, os caças rebeldes e imperiais e a nave Millenium Falcon de
Han Solo. Graças a isso Lucas conquistou sua autonomia financeira,
podendo financiar com recursos próprios os próximos filmes de sua
produtora, a Lucasfilm.
O capítulo seguinte, Episódio V: O Império Contra-Ataca (Episode
V: The Empire Strikes Back), desta vez dirigido por Irvin Kersher,
chegou em 1980 e, apesar de não ter tido a mesma repercussão do filme
original (na verdade foi o filme da trilogia que, em valores acumulados,
menos rendeu nas bilheterias), surpreendeu por ser a ele muito superior.
A trama é sombria, e mostra já no início os rebeldes sofrendo uma
terrível derrota - a descoberta e a destruição de sua base no planeta
gelado Hoth. A partir daí Han, Leia, Chewbacca (Peter Mayhew) e os
andróides C3-P0 (Anthony Daniels) e R2-D2 (Kenny Baker) são perseguidos
de perto por Vader, até chegarem a um refúgio aparentemente seguro na
Cidade das Nuvens, comandada por Lando Calrissian (Billy Dee Williams).
No planeta Dagobah, Luke encontra o pequeno e verde Mestre Yoda (voz de
Frank Oz), que começa a treiná-lo para tornar-se um Cavaleiro Jedi. Luke
desta vez ficará cara a cara com Vader, e o duelo de sabres de luz entre
os dois, travado na Cidade das Nuvens e que culmina com a revelação de
que o vilão é o pai do rapaz, é um momento antológico do Cinema. O final
em aberto deixou as platéias desconcertadas, ante a perspectiva de uma
espera de três longos anos para a conclusão da saga.
Já o aguardadíssimo Episódio VI: O Retorno de Jedi (Episode
VI: The Return of Jedi), que encerrou a trilogia original em 1983
sob a direção de Richard Marquand, acabou sendo o capítulo mais fraco. É
um filme que parece dar uma certa razão àqueles que acusam Lucas de ter
infantilizado o cinema, já que as poderosas tropas Imperiais acabam
sendo derrotadas graças aos Ewoks, criaturas peludas que não passam de
ursinhos de pelúcia armados com lanças. Além deles há montes de
alienígenas e criaturas engraçadinhas, todos feitos sob medida para
serem posteriormente comercializados na forma de brinquedos. Mas para
compensar, o filme tem uma batalha espacial em grande escala, o
confronto final entre o Imperador (Ian McDiarmid), Vader e Luke é
memorável, e o destino de cada personagem é razoavelmente bem resolvido.
Bem, os anos passaram e Lucas aparentemente esquecera Guerra nas
Estrelas definitivamente, e partira rumo a novos projetos. Além de
produzir a trilogia
Indiana Jones
e vários outros filmes, Lucas criou o padrão THX de excelência em som e
imagem, tanto para o cinema como para o mercado de home video.
Através da subsidiária da Lucasfilm, a Lucasarts, foram
lançados games baseados nos seus sucessos cinematográficos. Já a
Industrial Light and Magic (ILM), que Lucas criara para realizar
os efeitos especiais do primeiro filme, passou a ser a empresa top
no setor. E foi graças aos avanços obtidos por ela em filmes como
O Exterminador
do Futuro 2 e
Jurassic Park,
que contaram com efeitos de computação gráfica revolucionários para a
época, que Lucas decidiu que era hora de retornar ao universo de
Guerra nas Estrelas. Muitos devem se lembrar que, em 1981, Steven
Spielberg lançou nos cinemas uma edição especial de seu
Contatos
Imediatos do Terceiro Grau (Close Encounters of The Third
Kind, outro clássico moderno Sci-Fi, que em 1977 disputou as
bilheterias com Guerra nas Estrelas), na qual foram suprimidas
determinadas cenas e acrescentadas outras, incluindo toda uma nova
seqüência com efeitos especiais no final do filme (aquela com Richard
Dreyfuss no interior da nave-mãe). Spielberg alegara que esta versão
havia ficado mais próxima à que originalmente pretendia produzir. Do
mesmo modo, em meados dos anos 90, Lucas declarou que sua visão criativa
do primeiro Guerra nas Estrelas sofrera, à época de sua produção,
limitações orçamentárias e outras decorrentes da falta de tecnologia
para retratar as cenas como ele as imaginara. Com efeito, é visível a
evolução dos efeitos especiais já de Guerra nas Estrelas para
O Império Contra-Ataca. Assim, após Lucas ter decidido retornar ao
universo de Star Wars (como a franquia foi rebatizada
mundialmente) com uma nova trilogia, a Lucasfilm começou a
restaurar os três filmes originais, adicionando novas cenas e
aperfeiçoando, com o uso do computador, várias seqüências de efeitos
visuais.
Estas Edições Especiais dos três filmes foram lançadas nos cinemas em
1997, após terem sido investidos US$ 11 milhões no processo de
restauração de som e imagem, o que muitas vezes significou retornar aos
elementos e cenas originais para fazer uma nova montagem. O mais
notável, contudo, foi a decisão de Lucas em incluir algumas novas cenas,
que à época haviam ficado incompletas, ou que haviam sido eliminadas na
sala de montagem, ou ainda que foram feitas especialmente para essa
Edição Especial. A cirurgia mais profunda ocorreu no filme de 1977: o
primeiro passo foi a restauração completa dos negativos originais, e a
digitalização da trilha sonora. Em seguida, cenas filmadas em 1976 e que
foram cortadas da edição final foram reinseridas. É o caso do encontro
de Han Solo com o vilão Jabba The Hutt, em Mos Eisley. Jabba, que fomos
conhecer somente em O Retorno de Jedi como um monstro grande e
viscoso, à época foi interpretado por um ator gordo. Na Edição Especial,
foi substituído por uma imagem criada em computação gráfica, que
reproduzia sua aparência alienígena. Outra cena de 1976 resgatada foi a
do encontro de Luke Skywalker, um pouco antes do ataque à Estrela da
Morte, com seu amigo de Tatooine Biggs Darklighter, que tornara-se um
piloto rebelde. Adicionalmente, cenas originais foram substituídas ou
alteradas. O Espaçoporto de Mos Eisley, que originalmente parecia uma
vila suja com algumas ruelas, passou a ser uma cidade fervilhante de
alienígenas, com o céu tomado por naves que chegam e partem. Em suas
ruas, foram adicionados alienígenas e criaturas semelhantes a
dinossauros, todos criados em computador. Também as montarias das Tropas
Imperiais que desembarcam em Tatooine, que na versão original eram
bonecos estáticos em tamanho natural, foram refeitas em computador. O
confronto de Han Solo com o caçador de recompensas Greedo, na cantina,
sofreu uma alteração muito criticada: na versão original Han disparava
primeiro, já na versão de 1997 Lucas alterou a cena, fazendo Greedo
atirar primeiro e Han logo em seguida, matando-o em legítima defesa. O
resultado ficou, para dizer o mínimo, artificial.
Também
houve mudanças na batalha final. Vemos uma esquadrilha rebelde mais
numerosa partir do planeta Yavin e aproximar-se da Estrela da Morte (as
naves adicionais também foram criadas em computador). Um dos caças passa
tão próximo à câmera que percebemos as imperfeições no casco da nave, e
o piloto mover-se no cockpit. Algumas tomadas dos combates
espaciais foram refeitas em CGI, para tornar as naves mais ágeis e
detalhar mais os cenários da Estrela da Morte. Já os outros dois filmes
também tiveram alterações, porém em nível reduzido. Por exemplo, em O
Império Contra-Ataca, a seqüência em que Luke é atacado na caverna
de gelo passou a mostrar mais detalhes do monstro Wampa, e a chegada do
Millenium Falcon à Cidade das Nuvens foi totalmente refeita em
computador. Também vemos a chegada de Darth Vader, ao seu Super
Destróier, no transporte Imperial que originalmente aparecia somente em
O Retorno de Jedi. Houve outras mudanças, mas elas residiram
principalmente na inclusão de detalhes nos cenários da Cidade das Nuvens
e na eliminação dos recortes de sobreposição de elementos, nas cenas de
efeitos especiais. Em O Retorno de Jedi, destacam-se o novo
número musical no covil de Jabba, que ganhou uma nova canção e músicos
alienígenas feitos em CGI, e a inclusão de novas cenas ao final,
mostrando a celebração da derrota do Império nos planetas Coruscant e
Tatooine. Nestas cenas, John Williams substituiu sua música original por
outra composição sua. Todas essas alterações geraram polêmicas e muitos
torceram o nariz diante das inovações, considerando que a defesa de
Lucas ao direito de alterar a sua obra nada mais era do que um mero
artifício para faturar ainda mais com os filmes. Esse pessoal deve
estar, agora, ainda mais descontente com a decisão de Lucas lançar em
DVD - finalmente - apenas as versões da Edição Especial de 1997, e
adivinhe - com mais alterações!
Como já ocorrera em 1997, Uma Nova Esperança foi o episódio que
teve maiores alterações, muitas tão sutis que serão percebidas apenas
pelos fãs mais atentos. Entre elas está, novamente, a cena em que Greedo
é alvejado por Han Solo: nesta versão em DVD Solo atira quase
simultaneamente a Greedo, o que deixou a seqüência um pouco mais
convincente. Em O Império Contra-Ataca, a voz original de Bobba
Fett foi substituída pela de Temuera Morrison, que interpretou Jango
Fett no recente Ataque dos Clones, e foi eliminado o grito de
Luke quando ele salta no poço da Cidade das Nuvens para fugir de Vader.
Em O Retorno de Jedi, durante as cenas finais de celebração,
foram incluídas tomadas da Cidade das Nuvens e do planeta Naboo
(prestando atenção dá até para ver os gungans, a raça do famigerado
Jar-Jar Binks, comemorando) e, nas de Coruscant, foram acrescentados ao
fundo os prédios do Senado e do Templo Jedi vistos em A Ameaça
Fantasma e Ataque dos Clones. Contudo, há alterações que não
são tão sutis, e pelo menos uma vem causando até indignação. Confira as
imagens abaixo, comparando as cenas das novas versões em DVD (à
direita), com as das versões de 1997 (à esquerda):

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Episódio IV: a
animação da chegada de Luke, Kenobi e os andróides a Mos Eisley
foi refeita
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Episódio IV:
Jabba foi substituído pelo mesmo modelo CGI utilizado em A Ameaça
Fantasma, mais detalhado e menos caricato
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Episódios IV, V
e VI: o visual dos sabres de luz foi atualizado, para combinar com
os que vemos na nova trilogia
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Episódio V: o
Imperador agora é interpretado por Ian McDiarmid, usando a mesma
maquiagem de O Retorno de Jedi
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Episódio VI: os
recortes nas cenas de efeitos, como no confronto de Luke com o
monstro Rancor, foram eliminados
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Episódio VI: as
sobrancelhas do ator Sebastian Shaw (Anakin Skywalker) foram
eliminadas
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Episódio VI: o
ator Sebastian Shaw foi substituído por Hayden Christensen, o
Anakin da nova trilogia
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OS DVDS
Desde que surgiu o DVD, o lançamento da trilogia original de Star
Wars no formato vinha sendo esperado ansiosamente pelos fãs da
criação de George Lucas. O sucesso da trilogia Indiana Jones,
lançada em 2003, foi o sinal verde que Lucas esperava para finalmente
liberar os primeiros episódios de sua saga espacial no formato digital.
Além disso este lançamento prepara o terreno para a chegada aos cinemas,
em 2005, da conclusão da saga:
Star Wars Episódio
III: A Vingança dos Sith. Nos moldes de Indiana Jones, os
filmes chegam em um box-set de quatro discos, um deles apenas com
extras que contentarão ao fã mais devoto dos Cavaleiros Jedi. Aos
filmes, foi dado o mesmo tratamento dispensado à trilogia Indiana
Jones: o pessoal da THX e Lowry Digital criaram novas masters
de alta definição diretamente dos negativos originais, e posteriormente
cada quadro de filme foi restaurado digitalmente, com a eliminação de
manchas de poeira, riscos e excesso de granulação. A transferência para
DVD resultante é de cair o queixo, com imagem limpa e sem qualquer traço
de compressão de vídeo. Ou seja, temos aqui a melhor apresentação destes
filmes já vista, com imagem perfeita, cristalina e em seu formato
original widescreen 2.35:1. A qualidade é tanta que detalhes
antes despercebidos agora são facilmente notados, dando até a impressão
de que certas cenas foram alteradas digitalmente, quando na realidade
estamos apenas assistindo aos filmes com a máxima qualidade que a
tecnologia de hoje permite. As nuances e intensidade das cores, o
contraste e a nitidez da imagem são excepcionais para filmes dessa
idade. O áudio original em inglês foi remixado para Dolby Digital 5.1
Surround EX, sistema que adiciona um terceiro canal surround ao
home theater. Como ainda não possuo tal equipamento não pude
avaliar este aspecto em particular, mas de resto esta faixa de áudio em
inglês, a exemplo da imagem, é igualmente impressionante. Os diálogos
são claros durante todo o tempo, o subwoofer é constantemente
acionado durante as cenas de ação e os efeitos surround, mesmo em
momentos mais calmos, dão ao espectador uma perfeita ambientação
espacial. É um raro prazer poder, finalmente, ouvir às clássicas trilhas
de John Williams para estes filmes com qualidade digital multicanal.
Infelizmente, há um porém: no Episódio IV, em alguns momentos da
nova mixagem de áudio, a trilha musical teve o nível de volume reduzido.
O caso mais grave ocorre no início do ataque dos caças rebeldes à
Estrela da Morte: a fanfarra que interpreta o tema da Força ficou
praticamente inaudível, soterrada pelos efeitos sonoros. Também há
faixas de áudio DD 2.0 Surround em português e espanhol, e legendas em português,
inglês e espanhol. De
resto, temos menus animados que são um show à parte e que, do
mesmo modo que nos DVDs de A Ameaça Fantasma e Ataque dos
Clones, mudam de tema a cada vez que você inicializa o DVD.
OS EXTRAS
Além do que há no quarto disco, cada filme pode ser assistido
com comentários de áudio de George Lucas, do diretor Irvin Kershner (em
O Império Contra-Ataca), da atriz Carrie Fisher, do engenheiro de
som Ben Burtt e do supervisor de efeitos visuais Dennis Muren. É uma
pena que Harrison Ford e Mark Hamill também não estivessem lá para dar
seus depoimentos durante o filme. Mesmo assim, os comentários merecem
ser ouvidos, e estão todos legendados em português. De especial
interesse são as razões que Lucas apresenta para as polêmicas
alterações. Já o DVD bônus contém mais de quatro horas de material
extra, com legendas em português, e acredite - há muito o que ver. Então
vamos lá:
Império de Sonhos: A História da Trilogia Star Wars -
Indiscutivelmente o melhor extra do disco, este documentário dirigido
por Kevin Burns (o mesmo do ótimo
The Fantasy
Worlds of Irwin Allen) tem 151 min. de duração, 12 capítulos e é
apresentado em wide 16x9, com som DD 2.0. Já exibido no Brasil
pelo canal pago A&E Mundo, o documentário inclui um vasto material
reunido por Burns: novas entrevistas com os principais membros do
elenco, Lucas e equipe técnica, desenhos de produção e fotos, várias
cenas inéditas de bastidores, testes de elenco (ficamos sabendo, entre
outras coisas, que Kurt Russell fez teste para o papel de Han Solo, e
William Katt, de Carrie, A Estranha, era candidato para o de Luke),
etc. A primeira hora é dedicada unicamente ao filme original - o período
histórico, os esforços de Lucas para que ele fosse produzido, a
pré-produção, as filmagens e a estréia mundial em 1977. É possível até
ver a abertura original do filme, sem o subtítulo Episódio IV: Uma
Nova Esperança. O restante do tempo é dividido entre O Império
Contra-Ataca e O Retorno de Jedi. Às vezes há uma clara "puxação
de saco" de Lucas, retratado como uma espécie de Jedi que resgatou o
cinema norte-americano do Lado Negro da Força. Em outras, há até algumas
críticas inesperadas, como quando membros do elenco confirmam o que
todos já sabem - Lucas não é bom diretor de atores; em outro momento,
Lucas confessa que acabou se tornando o que não queria: o dono de mais
uma poderosa corporação do cinema. Mas acima de tudo o documentário nos
permite ter uma idéia clara do fenômeno que foi a trilogia original, com
seu enorme impacto na indústria cinematográfica e na própria sociedade;
Os Personagens de Star Wars - Featurette de 19
min., apresentado em wide 16x9 e áudio em inglês DD 2.0, que tem
seu foco na criação e no desenvolvimento de cada personagem principal da
trilogia;
O Nascimento do Sabre de Luz - Featurette de 16 min., em
wide 16x9 e som em inglês DD 2.0, que tem por tema a elegante e
letal arma Jedi. Inclui raras cenas de ensaios de luta, o depoimento do
engenheiro de som Ben Burtt (que criou o som característico dos sabres,
além dos outros efeitos sonoros da saga), entre outras curiosidades;
A Força está com Eles: O Legado de Star Wars -
Featurette de 13 min., em wide 16x9, som DD 2.0 em inglês,
onde diretores como Peter Jackson, James Cameron, Steven Spielberg,
Roland Emmerich e Ridley Scott falam sobre a influência que a trilogia
teve em suas vidas e nas suas carreiras de cineastas;
Prévia do Episódio III (O Retorno de Darth Vader) - Neste
preview de A Vingança de Sith com 9 min., em wide
16x9 e áudio DD 2.0, técnicos falam sobre a construção do novo capacete
de Vader, enquanto os atores Ewan McGregor e Hayden Christensen (este de
cabelos compridos e com roupas escuras) aparecem em treinos para seu
grande duelo de sabres de luz. Vemos inclusive Christensen já vestindo o
traje completo de Vader;
Episódio III: Making of do Game - Featurette de 6
min., em wide 16x9 e áudio em inglês DD 2.0, sobre a produção do
jogo baseado no próximo filme de Star Wars;
Além dos documentários, os extras incluem vários e pouco vistos trailers
de cinema (10) e spots de TV (11) de cada filme, com boa
qualidade (todos em wide 16x9), galerias de fotos e posters,
trailer do videogame, demo jogável da versão do game
Star Wars Battlefront para o console Xbox, Easter egg (erros
de gravação dos filmes, se você encontrou os de A Ameaça Fantasma
e Ataque dos Clones, não terá dificuldades para encontrar este
também), e links para DVD-ROM que lhe dão acesso a um site
exclusivo contendo cenas adicionais dos filmes e o trailer do
Episódio III.
CONCLUSÃO
Star Wars certamente continuará em evidência nos próximos anos.
Após o lançamento do capítulo final da nova trilogia em 2005, e de seu
lançamento em DVD, espere novos box-sets contendo todos os seis
filmes da saga, e em 2007, quando o filme original completar 30 anos, um
novo pacote dos filmes em alta definição, que talvez inclua até mesmo as
versões originais, inalteradas. E Lucas nega, mas é bem possível que ele
produza uma última trilogia, narrando os fatos ocorridos após a queda do
Império em O Retorno de Jedi. De qualquer modo a Força continuará
conosco e, principalmente, com Lucas e sua conta bancária cada vez mais
gorda.
MENUS
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