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Blade II - O Caçador de
Vampiros (Blade II, EUA, 2002)
Gênero: Aventura
Duração: 116 min.
Estúdio: New Line
Elenco: Wesley Snipes, Kris Kristofferson, Ron Perlman, Luke Goss,
Leonor Varela, Matt Schulze, Pete Lee-Wilson, Norman Reedus
Compositor:
Marco Beltrami
Roteirista: Marv Wolfman, Gene Colan
Diretor: Guillermo del Toro
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Suck
me baby
Continuação de Blade, dirigida pelo competente
Guillermo del Toro, é eficaz ao misturar ação e gosma numa produção caprichada
Falando em adaptação para o cinema de
personagens da Marvel, agora todo mundo só pensa em
HOMEM-ARANHA. Mas eis que
chega por aqui BLADE II - O CAÇADOR DE VAMPIROS, e subitamente o filme do
aracnídeo fica parecendo brincadeira de criança. O primeiro
Blade, de 1998, foi um sucesso
até certo ponto inesperado: custou US$ 45 milhões e faturou US$ 112 milhões em
todo o mundo, graças à atuação perfeita de Wesley Snipes como o herói meio
homem, meio vampiro, e à inovação de se fazer um filme sobre vampiros com ênfase
na ação.
No mundo de Blade, os sugadores de sangue vivem ocultos em sociedades secretas,
e tem como seus piores inimigos o caçador e seu mentor, Whistler (Kris
Kristofferson). Se, na aventura de 1998, Blade e Whistler tinham de enfrentar um
vampiro rebelde que pretendia conquistar a humanidade, nesta continuação
dirigida pelo especialista Guillermo del Toro (MUTAÇÃO,
A Espinha do Diabo) a ameaça é
mais sinistra: eles precisam se unir a um comando de vampiros para caçar os
mutantes hematófagos conhecidos como Reapers. Liderados pelo feroz Nomak
(Luke Goss), os mutantes se alimentam não apenas de humanos, mas principalmente
de vampiros! Durante a luta contra os Reapers, Blade fica atraído pela
bela vampira Nyssa (a chilena Leonor Varela), filha de um líder dos vampiros que
sabe toda a verdade sobre a origem dos mutantes.
BLADE II custou US$ 55 milhões, e já é um sucesso maior do que o filme original.
Certamente não chegará nem perto das bilheterias de HOMEM-ARANHA, afinal não é
um filme para todos os gostos e idades. Por basear-se em uma HQ dirigida a um
público mais adulto, em BLADE II a carnificina corre solta, em detalhes
extremamente gráficos. É raro ver em uma produção do cinema norte-americano, com
esse nível de orçamento, tantas cenas sangrentas e de mutilação, típicas de
filmes "trash". Mas aqui, a equipe é de primeira linha, o que resulta em cenas
tecnicamente perfeitas que, além do humor involuntário, realmente impressionam.
Adicionalmente, o filme reserva algumas das mais espetaculares lutas pós-MATRIX
- aliás, parece que todos os vampiros são mestres em artes marciais... No
entanto, ao invés de privilegiar o "wire-fu" e o efeito "bullet time", os
técnicos em efeitos optaram por substituir os lutadores, em alguns momentos, por
animações feitas em computador. Na maior parte a substituição é imperceptível;
noutras é flagrante, já que as façanhas são simplesmente impossíveis de serem
realizadas por pessoas reais. O que, dentro do universo de Blade, até é
justificável - todos eles são sobre-humanos.
Tecnicamente perfeito e com uma trilha sonora adequada de
Marco Beltrami,
colaborador habitual do diretor, BLADE II possui uma história linear que
privilegia a ação, sem se preocupar muito com explicações (a volta de Whistler,
que havia morrido no filme anterior, é um tanto forçada) ou em transmitir
virtuosas lições de moral aos mais jovens. Sempre haverá quem veja alegorias à
AIDS e à globalização predatória nos confrontos entre humanos, vampiros e
Reapers: mas não se iluda, BLADE II é essencialmente adrenalina pura em
suas quase duas horas de projeção.
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