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Título
Original: Premonition
Gênero: Suspense
Tempo de Duração: 110 MIN.
Ano de Lançamento (EUA): 2007
Distribuição: Sony Pictures
Entertainment / MGM / Paris Filmes
Direção: Mennan Yapo
Roteiro: Bill Kelly
Produção: Ashok Amritraj,
Jennifer Gibgot, Jon Jashni, Sunil Perkash, Adam Shankman
Música: Klaus Badelt
Fotografia: Torsten Lippstock
Desenho de Produção: J. Dennis
Washington
Direção de Arte: Thomas T.
Taylor
Figurino: Jill M. Ohanneson
Edição: Neil Travis
Elenco:
Sandra Bullock, Julian McMahon, Shyann McClure, Courtney Taylor Burness,
Nia Long, Marc Macaulay, Kate Nelligan, Irene Ziegler, Amber Valetta,
Peter Stormare |
30 de
maio de 2007
PREMONIÇÕES
Interessante, mas previsível
Transformada
em estrela cinematográfica dos anos 90 após o sucesso de VELOCIDADE MÁXIMA, em
1994, Sandra Bullock já há algum tempo não vem demonstrando ter, ainda, o
mesmo poder estelar da década passada. Entretanto, não se pode negar que a
atriz vem desenvolvendo uma carreira interessante, na qual alterna filmes onde
é a protagonista com realizações aparentemente de menor porte, nas quais atua
porque acredita no projeto. O péssimo e supervalorizado CRASH - NO LIMITE é um
exemplo desse segundo grupo de filmes; já para ilustrar o primeiro,
PREMONIÇÕES, que estréia no Brasil neste dia 1º de junho, surge como um
exemplo tão bom quanto A CASA DO LAGO e MISS SIMPATIA 2. Mas, se é bom como
exemplar do atual estágio da carreira de Sandra Bullock (e sua fraca
repercussão só confirma que o prestígio da atriz não é o mesmo dos anos 90), a
realização do desconhecido Mennan Yapo está longe de se afirmar como um filme
de qualidade.
Não se pode
negar que PREMONIÇÕES tem uma proposta intrigante e, durante certo tempo,
desperta a atenção do espectador: Bullock interpreta a dona de casa Linda
Hanson, uma mulher que leva uma vida pacata e, aparentemente, feliz, com o
marido e suas duas filhas. Até que, certo dia, recebe a notícia que o marido
desencarnara em um acidente automobilístico. É nesse turning point que
PREMONIÇÃO deixa de ser um drama para flertar com o suspense: no dia seguinte,
ao acordar, Linda descobre que o marido está vivo de novo; mais um dia, e ele
volta a estar morto - e, no outro dia, continua vivo.
Nesse
momento o filme lembra insistentemente PAIXÕES PARALELAS, onde Demi Moore -
outra estrela dos anos 90 que também há anos não vem demonstrando o mesmo
star power de antes - interpreta uma americana que, ao dormir à noite,
sonha em ser uma francesa; ou, talvez, seja ela uma francesa que, ao dormir,
sonhe em ser uma americana. Resumindo: qual seria a vida real e a fictícia da
personagem? Dirigido pelo belga Alain Berliner, que garantiu à obra um toque
europeu absolutamente desnecessário, o filme, bem fraquinho, foi um fracasso
de bilheteria e um completo desperdício de sua interessante premissa.
Contudo,
PREMONIÇÕES não se contenta em alterar sua estrutura apenas uma vez, mas torna
a fazê-lo em outro momento de sua trama, e logo se descobre que a personagem
de Bullock não tem vidas diferentes, mas sim uma só, apenas vivendo os dias
fora da ordem cronológica: com o sábado antes da quinta, a terça entre a sexta
e a quarta, e por aí vai. Com isso, a Linda Hanson da personagem descobre que
há uma possibilidade de salvar a vida do marido antes do acidente que já
acontecera. Complicado? Em tese, sim. Mas esse defeito o filme não tem -
PREMONIÇÕES é até fácil de ser entendido pelo espectador atento. O que não o
torna necessariamente bom.
O grande
problema é que o diretor Mennan Yapo realizou um filme
desnecessariamente simplório e igual a vários outros - mais ou menos
interessantes, mais ou menos ambiciosos, como o próprio PAIXÕES PARALELAS -
impedindo seu filme de se destacar em meio à pasmaceira cinematográfica que,
infelizmente, caracteriza boa parte dos filmes que são feitos sem muito
personalidade. Apesar da proposta interessante, não será com esse assistível
entretenimento que Sandra Bullock voltará a ser uma grande estrela.
Carlos Dunham
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