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Título Original: TMNT
Gênero: Animação
Tempo de Duração: 87 MIN.
Ano de Lançamento (EUA / Hong Kong): 2007
Distribuição: Warner Bros.
Pictures The Weinstein Company / Paris Filmes
Direção: Kevin Munroe
Roteiro: Kevin Munroe
Produção: Thomas K. Gray,
Galen Walker, Paul Wang
Música: Klaus Badelt
Fotografia: Stephen G.
Lumley
Desenho de Produção:
Simon Murton
Direção de Arte: Mon
Cheung, Simon Murton, Ahtam Tam
Edição: John Damien Ryan
Elenco (vozes): Mitchell
Whitfield, James Arnold Taylor, Mikey Kelley, Nolan North, Chris Evans,
Sarah Michelle Gellar, Mako, Kevin Smith, Patrick Stewart, Zhang Ziyi,
John Di Maggio, Paula Mattioli, Kevin Michael Richardson, Fred
Tatasciore, Laurence Fishburne |
12 de abril de 2007
AS TARTARUGAS NINJA - O RETORNO
Em ritmo de tartaruga
Desde o seu
surgimento, o cinema de animação sempre foi pródigo em trazer às telas
personagens que acabariam por se tornar verdadeiros ícones do imaginário
infantil - de Mickey a Shrek, passando por Pernalonga, Tom & Jerry,
Fievel e muitos outros que se juntaram às criações da literatura
infantil, da televisão, dos jogos e dos
games no eterno imaginário
das crianças e daqueles que, um dia, foram uma.
Embora não tenham sido criadas diretamente para o cinema, as Tartarugas
Ninja, no final dos anos 80, fizeram um estrondoso (porém finito)
sucesso com o público mirim da época - principalmente com os meninos da
faixa de 08 a 12 anos, gente que hoje têm idade variável das 25 às 29
primaveras. E rapidinho ganharam sua adaptação cinematográfica, em três
filmes live action (e não
de animação). É possível, até, que o fato desses filmes terem sido
realizados com gente de carne e osso tenha limitado e muito o apelo
fantasioso da película e comprometido o interesse do público pelos
filmes.
Contudo, não se pode negar que as Tartarugas Ninja são personagens de
apelo limitado (por que batizá-las com o nome de pintores
renascentistas, se essa característica acaba passando inteiramente
desapercebida à percepção infantil?), e, apesar do
boom inicial, as Tartarugas
Ninja não conseguiram manter sua popularidade - seu filme inicial não
era bom e, após duas continuações que não fizeram muito sucesso -
realizadas em 1991 e 1993 - os répteis adolescentes praticantes de artes
marciais sumiram do mapa cinematográfico. Até voltarem, agora, quase 15
anos após o último filme, neste AS TARTARUGAS NINJA - O RETORNO.
Diferentemente dos três primeiros filmes, esta realização do diretor
Kevin Munroe incorre pelo cinema de animação, subgênero que tanto já fez
pela arte a qual pertence. Infelizmente, é provável que também não
consiga fazer sucesso.
A verdade é que AS TARTARUGAS NINJA - O RETORNO é um filme que, embora
talvez consiga despertar alguma saudade naqueles que foram crianças há
14, 17 anos atrás, é completamente limitado enquanto cinema - não há
apelo poético na direção, não há um ritmo envolvente composto pelos
setores técnicos (montagem, fotografia) e, mais uma vez, como em vários
outros filmes, o roteiro estereotipado reconta (requenta) a estória de
um grupo de heróis em crise que tem que salvar o mundo das garras de um
vilão malvado, apesar de todos a seu redor estarem contra os membros
desse grupo, e tendo como único auxílio o casal formado por um rapazinho
atrapalhado e uma mocinha decidida. Quantas outras vezes tal estória não
foi contada pelo Cinema, de melhor ou pior forma?
Nas mãos de cineastas competentes, como as equipes de vários desenhos da
Disney, ou que tenha um personagem genuinamente carismático, como o
Garfield em seu primeiro longa-metragem (o segundo filme do gato, tão
bom quanto o primeiro, foge um pouco a essa premissa), pode-se pegar tal
trama infinitas vezes e sempre convertê-la em algo saboroso, como um
bolo de chocolate que todo domingo se come. Mas, sendo as Tartarugas
Ninja os personagens de carisma limitado que já demonstraram ser, era
preciso uma dose extra de talento para converter a realização em uma
diversão empolgante. Na ausência deste, sobrou o suficiente para um
entretenimento passável, sem erros nem exageros, mas também sem nenhuma
paixão cinematográfica, e que faz o espectador se interessar pelo mesmo
com a velocidade de uma tartaruga.
Carlos Dunham
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