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Freddy vs. Jason (Freddy
Vs. Jason, EUA, 2003)
Gênero: Terror
Duração: 97 min.
Estúdio: New Line
Elenco: Robert Englund, Ken Kirzinger, Monica Keena, Jason Ritter,
Kelly Rowland, Katharine Isabelle, Chris Marquette, Brendan Fletcher
Compositores: Brad Kane, Graeme Revell, Corey Taylor
Roteiristas: Wes Craven, Victor Miller, Damian Shannon
Diretor: Ronny Yu
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Boa idéia jogada fora
Roteiro
completamente esquematizado sofre da mesma
falta de inteligência que assolou os filmes mais recentes dos dois monstros
Freddy Krueger e Jason
Voorhees são dois ícones dos filmes de terror da década de 80. Responsáveis pela
propagação do gênero "slasher", formaram legiões de fãs com seus aspectos
absurdos, porém divertidos. Algum tempo depois, entraram em extrema decadência
devido às seqüências tenebrosas conduzidas por diretores fracos.
A idéia de juntar os mitos em um único filme é antiga, e acaba sendo pioneira no
cinema. Seria a chance dos produtores de voltar a fazer dinheiro em cima dos
personagens, e deixar os fãs contentes novamente. Para isso, foi chamado o
diretor Ronny Yu, responsável por A NOIVA DE CHUCKY, capaz de grandes doses de
ironia e auto-sátira em suas fitas.
Não se preocupando em momento algum com coerência (e não haveria porque cobrar
tal coisa), o roteiro de FREDDY VS. JASON logo no início demonstra ser
completamente esquematizado, com a falta de inteligência que assolava os filmes
mais recentes dos monstros. Na primeira meia hora, vemos vários adolescentes
descerebrados sendo assassinados, pelos motivos mais batidos possíveis.
É impossível não rir da primeira hora de projeção. Tudo que aparece ali é tão
patético que causa risos em demasia ao espectador. A introdução, completamente
desnecessária, já é um fator claro de que Ronny Yu pensa que seu público é tão
burro quanto os personagens do filme. Nem mesmo a desculpa do clima de paródia é
plausível para esse início de projeção, já que boa parte das produções
anteriores das séries possui esse clima. Caso a intenção fosse realizar uma
"sessão nostalgia", a locadora é mais barata.
Porém, quando o grupo de sobreviventes deixa Elm Street, o filme começa a
melhorar. Os clichês que apareciam aos montes são esquecidos e as piadas são
usadas com abundância. Algumas funcionam, outras não. Destaque especial para o
diálogo em que Freddy é humilhado por uma das "adolescentes sem cérebro". Caso o
filme tivesse, desde o início, essa pretensão de apenas confrontar os dois sem
personagens dispensáveis atrapalhando a história ou causando cenas patéticas,
poderia ser bom. No momento em que os roteiristas perceberam desse detalhe, já
era tarde demais.
FREDDY VS. JASON, no final das contas, é mais uma boa idéia jogada fora. Eu até
torço por uma seqüência, caso esta seja levada no mesmo clima do final. Mas para
vermos cenas de loiras peitudas sendo fatiadas, basta irmos à locadora e
alugarmos a milésima parte de uma das duas séries.
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