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VIAGEM MALDITA
(The Hills Have Eyes, EUA, 2006)
Gênero:
Terror
Duração:
107 min.
Elenco:
Michael Bailey Smith, Ted Levine, Kathleen Quinlan, Dan Byrd,
Emilie de Ravin, Aaron Stanford, Vinessa Shaw, Robert Joy, Laura Ortiz,
Ezra Buzzington, Billy Drago, Ivana Turchetto
Compositor:
Tomandandy
Roteiristas:
Alexandre Aja, Grégory Lavasseur, Wes Craven
Diretor:
Alexandre Aja |
Horror refilmado
Nova versão
de terror cult dos anos 70 é uma prova da competência do diretor francês
Alexandre Aja, que está construindo uma carreira americana voltada ao gênero
Duas correntes do cinema de horror surgiram nos
últimos anos. Uma delas é a derivação do filme de fantasma japonês, surgido a
partir de RING - O CHAMADO. A outra é inspirada no horror rural americano da
década de 70, sendo que os filmes podem ser remakes ou apenas homenagens.
Se até O MASSACRE DA SERRA
ELÉTRICA recebeu uma refilmagem, era inevitável que QUADRILHA DE SÁDICOS
(1977), um dos filmes mais importantes daquela safra, também fosse atualizado
para as novas gerações. VIAGEM MALDITA (2006) desde o começo foi esperado com
certa ansiedade pelos fãs do gênero. Diferente do novo MASSACRE, dessa vez um
diretor respeitado e vindo de uma obra muito elogiada estava por trás das
câmeras. O filme em questão é ALTA TENSÃO (2003) e o tal diretor é o francês
Alexandre Aja. O que mais chamou a atenção em ALTA TENSÃO era a beleza visual, a
violência gráfica e a excelente habilidade do diretor em construir uma atmosfera
de gelar a espinha.
No que se refere à violência gráfica, VIAGEM MALDITA recebeu uma pequena censura
na cópia liberada para os cinemas. A versão sem cortes, talvez, só quando sair o
DVD. Mas não tem problema não, do jeito que ficou, o filme ainda é muito bom e é
menos perverso e sombrio do que eu esperava. É até possível que agrade àqueles
que detestaram os recentes WOLF CREEK e O ALBERGUE, embora eu ache pouco
provável.
A trama não é nenhuma novidade, mesmo para aqueles que nunca assistiram ao
original de Wes Craven: uma família parte numa viagem de férias, e tem que
atravessar o deserto do Novo México para chegar na Califórnia. Seguindo as
instruções de um malvado dono de um posto de gasolina, eles seguem um caminho
perigoso e são vítimas do ataque de um grupo de psicopatas canibais com
deformações físicas. No elenco, o rosto mais conhecido é o da belíssima Emilie
de Ravin, do seriado LOST. O segundo rosto mais conhecido é o de Billy Drago,
protagonista de IMPRINT, de Takashi Miike.
Um dos momentos fracos do filme está na seqüência em que o patriarca da família
de viajantes volta ao posto de gasolina, e lá vê recortes de jornais com
notícias sobre os testes nucleares e o nascimento de crianças mutantes. Uma
seqüência totalmente desnecessária e já muito utilizada em filmes de terror e
policiais. Nos filmes, sempre tem alguém que coleciona recortes de jornais para
que um dos personagens tenha como juntar o quebra-cabeças. Também sinto que esse
subgênero está começando a cansar, já que o nível de medo, de horror mesmo, não
é mais tão perturbador. Ainda assim, pode-se dizer que Alexandre Aja fez um bom
trabalho. E ele vai continuar trabalhando em Hollywood. Seus próximos filmes se
chamam INTO THE MIRROR, sobre um espelho misterioso que traz à tona o lado mau
das pessoas (essa sinopse parece copiada do filme brasileiro ESPELHO DE CARNE) e
THE WAITING, sobre uma mulher assombrada pelo fantasma de sua própria filha.
Vamos ver como Aja vai se sair com filmes que aparentemente não trazem muito
sangue.
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