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OLGA (Olga, Brasil,
2004)
Gênero: Drama
Duração: 141 min.
Elenco: Camila Morgado, Caco Ciocler, Fernanda
Montenegro, Mariana Lima, Renata Jesion, Osmar Prado, Luis Mello, Eliane
Giardini, Werner Schünemann, Floriano Peixoto, Murilo Rosa, José Dumont.
Compositor:
Marcus Viana
Roteiristas: Rita Buzzar
Diretor: Jayme Monjardim
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O cinema nacional se
fortalece
Mesmo com a direção por vezes vacilante
de Monjardim e alguns furos no roteiro, OLGA é mais uma prova da evolução
cinematográfica brasileira
Alguns
anos atrás o nosso cinema era composto de tal paradigma: feio, sujo, sem
qualidade técnica, cheio de palavrões e povoado de sexo. Eis que Walter Salles,
num já distante 1998, surge com Central
do Brasil e quebra essa visão estereotipada. O filme premiadíssimo deu a
largada pelo interesse dos brasileiros às produções nacionais, que antes eram
dominadas pelas produções estrangeiras e as bobagens da Xuxa.
Vieram O Auto da Compadecida, Caramuru,
Amarelo Manga e o ciclo chegou no seu ápice com
Cidade de Deus (quatro indicações
ao Oscar), para provar que a mentalidade estava mudando. Qualidade técnica,
unida com grande criatividade e talento, contribuíram para essa renovação.
OLGA é mais um exemplar dessa boa safra. O filme conta a história de uma
militante comunista que foge para Moscou, onde é perseguida pela polícia. Tempos
depois ela retorna para acompanhar Luís Carlos Prestes na realização da
Intentona Comunista. Com Camila Morgado, Caco Ciocler e Fernanda Montenegro no
elenco, Olga é a maior bilheteria
de um filme nacional de 2004, até o momento.
O filme, dirigido por Jayme Monjardim e baseado no livro de Fernando Morais, é
um primor técnico. A fotografia é soberba, nos remetendo à frieza e à angústia
dos campos de concentração, e os figurinos impressionam. Infelizmente o mesmo
não pode ser dito do roteiro, que por sua vez tem alguns de furos e que nos
mostram Vargas e seu comparsa Muller como dois vilões de desenhos animados. A
direção de Monjardim por vezes é vacilante e comprova que ele não está bem
habituado com a linguagem do cinemão.
Colocando os acertos e erros na balança, o saldo é positivo. Camila Morgado
prova que é uma atriz que veio pra ficar, a qualidade técnica dos filmes
brasileiros vem se aperfeiçoando cada vez mais e o filme, como já disse, é
sucesso de público. Olga é mais
um passo adiante que a indústria cinematográfica brasileira dá. Que venham os
próximos.
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