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O CONFRONTO
(The
One, EUA, 2001)
Gênero: Aventura, Ficção
Científica
Estúdio:
Columbia
Duração:
87 min
Compositor:
Trevor Rabin
Elenco:
Jet Li, Carla Gugino, Delroy Lindo, Jason Statham
Roteiristas:
Glen Morgan, James Wong
Diretor: James
Wong
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Com boa vontade, agrada
Filme sci fi de Jet Li é
mais um que usa a estética de lutas de MATRIX, mas revela ser uma boa aventura
O CONFRONTO é mais uma incursão cinematográfica
da dupla James Wong/Glen Morgan (PREMONIÇÃO), egressos da melhor fase do seriado
de TV ARQUIVO X. Estrelada pelo astro de Hong Kong Jet Li, a história peca pela
falta de originalidade – de fato, parece ser uma mistura da série SLIDERS com o
filme TIMECOP, com cenas à la MATRIX.
O conceito é o seguinte: não existe apenas um universo, mas sim um “multiverso”:
mais de 100 universos paralelos onde cada pessoa e local possuem cópias. Quando
é descoberto um meio de se viajar entre os universos, é criada uma polícia
especial para garantir que essa tecnologia não seja utilizada para fins
criminosos. Ocorre que um desses policiais, Yulaw (Li, como o vilão), ao matar
acidentalmente uma de suas réplicas, descobre que toda a energia e habilidade do
morto são distribuídas entre as cópias sobreviventes. Então, ele resolve matar
todos os seus alteregos, e tornar-se “O Único” (o THE ONE do título original),
dotado de força e agilidade sobre-humanas.
Yulaw vem para o nosso universo e tenta matar sua última réplica, Gabriel Law
(Li de novo, desta vez como o mocinho), mas é perseguido por seus ex-colegas
policiais Roedecker (Delroy Lindo) e Funsch (Jason Statham, roubando a cena como
em FANTASMAS DE MARTE). Para
complicar as coisas, Yulaw descobre que Law está tão poderoso quanto ele, e após
uma série de seqüências de ação cada vez mais frenéticas, eles ficam face a face
para o confronto final. A conclusão, onde o Li "do mal" é deportado para um
planeta prisão e resolve confrontar uns 200 caras ao mesmo tempo, enquanto a
câmera se afasta, revelando um cenário apocalíptico, é genial.
Jet Li talvez seja o melhor artista marcial a surgir nas telas desde a morte de
Bruce Lee. No entanto, apesar de técnica e estilo excepcionais, seus filmes tem
sido amaldiçoados pelo wire fu, onde os lutadores saltam e voam suspensos
por fios invisíveis (como em O TIGRE E O DRAGÃO). Neste aspecto, a maior parte
de seus filmes chineses são risíveis. Considerando os filmes americanos de Li
anteriores a O Confronto (não vi
Kiss of The Dragon, ainda inédito
aqui), em Máquina Mortífera 4 ele
rouba a cena toda vez que surge, e luta sem fios... No final dá “um pau” em Mel
Gibson e Danny Glover, mas infelizmente tinham que dar um jeito dele ser
derrotado. E Romeu Deve Morrer
poderia ser melhor, mas o uso sem sentido do wire fu prejudica o
desempenho de Li.
Em O Confronto há algumas cenas
que usam fios, mas ainda dá para justificar porque o personagem de Li possui
habilidades sobre-humanas e é capaz de façanhas como chutar inimigos como se
fossem bolas de futebol. Se você aceitar a premissa proposta, irá achar o filme
uma boa aventura de FC... mas ainda espero um filme em que Li mostre toda a sua
perícia sem a necessidade de fios ou efeitos especiais.
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