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O Exterminador do Futuro 3: A
Rebelião das Máquinas (Terminator 3: Rise of the Machines,
EUA, Inglaterra, Alemanha, Japão, 2003)
Gênero: Ficção Científica
Duração: 125 min.
Estúdio: Columbia
Elenco: Arnold Schwarzenegger, Nick Stahl, Claire Danes, Kristanna
Loken, David Andrews, Mark Famiglietti, Earl Boen, Moira Harris
Compositor: Marco Beltrami
Roteirista: John D. Brancato, Michael Ferris
Diretor: Jonathan Mostow
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Eu voltei!
12 anos após O EXTERMINADOR DO FUTURO 2,
o cyborg interpretado por Arnold Schwarzenegger retorna no que talvez
seja o mais caro filme "B" da história do cinema
Com a chegada aos cinemas brasileiros de O
EXTERMINADOR DO FUTURO 3 - A REBELIÃO DAS MÁQUINAS, finalmente pudemos conferir
a 3ª parte da saga iniciada por James Cameron no excepcional filme "B" de 1984,
que transformou Arnold Schwarzenegger em um dos maiores astros do cinema de ação
de todos os tempos. O projeto de T3 rolou por anos em Hollywood, e com a
falência da Carolco (a produtora que detinha os direitos da série), bem como a
negativa de Cameron em dirigir um novo filme, tudo indicava que nunca mais
veríamos um novo Exterminador nas telas. Mas com o comprometimento de
Schwarzenegger no projeto, os produtores Mario Kassar e Andrew G. Vajna
finalmente tocaram adiante a produção, sob o comando do diretor Jonathan Mostow.
T3 custou U$ 175 milhões, mas dizem que, somadas as despesas com marketing,
o total somaria espantosos U$ 240 milhões! Indiferente a isso, boa parte da
crítica proclamou que a produção é uma cópia de O EXTERMINADOR DO FUTURO 2 - O
JULGAMENTO FINAL, com a diferença que, desta vez, o exterminador do mal é uma
mulher. Mas o fato é que eu deixei de levar a sério a franquia depois que
Cameron, naquele segundo filme, transformou o Exterminador na babá do garoto
Edward Furlong, tirando a maior parte da força do personagem. Para mim, o
cyborg sempre será aquela incansável e fria máquina assassina do primeiro
filme, e nunca o robô bonzinho que vira o pai substituto de John Connor, o
futuro líder da resistência dos humanos contra as máquinas.
Por tudo isso, até me surpreendi com T3. Mostow filmou um roteiro que segue
caminhos conhecidos sim, mas o resultado, indiscutivelmente, é o único filme
decente que Schwarzenegger fez em muitos anos. Sua trama é simples: após a morte
de sua mãe Sarah, o agora adulto John (Nick Stahl) vive à margem da sociedade,
sem qualquer registro de sua existência e pensando que a existência da Skynet, a
rede de computadores que adquire consciência e provoca um holocausto nuclear,
foi evitada pelos eventos mostrados em T2. Obviamente ele está errado, e não
demora para que um novo modelo de Exterminador, a T-X (a esbelta Kristanna Loken,
vista anteriormente nas séries de TV MORTAL KOMBAT e PENSACOLA) venha do futuro
com a missão de matar a ele, sua futura esposa Kate Brewster (Claire Danes) e o
pai da moça, um militar no controle da Skynet. Obviamente o velho Exterminador
(Schwarzenegger) chega em seu encalço, para proteger a todos.
O EXTERMINADOR DO FUTURO 3, a partir de então, mostra a que veio: muita ação
temperada com efeitos especiais que, sem serem revolucionários (como os do
segundo filme foram para a época), são excelentes - muitos são tão perfeitos que
chegam a passar despercebidos. "Schwarza" está plenamente à vontade no
monossilábico papel de sua vida, não demonstrando os 55 anos de idade que tinha
à época das filmagens, e algumas de suas cenas (como a de sua chegada do futuro,
nu em pleno strip-club) são impagáveis. Apesar das ironias e piadas com o
personagem, o roteiro lhe adiciona um lado mais ameaçador e sombrio, que
inexistia no segundo filme. Nick Stahl e Claire Danes não deixam qualquer
saudade de Edward Furlong e da ex-senhora Cameron, Linda Hamilton. Já a "Terminatrix"
Kristanna Loken não está à altura do T-1000 do segundo filme (Robert Patrick),
mas ajudada pela equipe de efeitos especiais consegue ser uma vilã convincente,
mesmo com sua carinha de anjo.
Musicalmente, T3 está à frente dos filmes que lhe antecederam. O tema do
Exterminador de Brad Fiedel
é indiscutivelmente memorável, mas as trilhas de sua autoria eram integralmente
interpretadas em sintetizadores e harmonicamente pobres. Desta vez o compositor
Marco Beltrami (PÂNICO, BLADE II)
incorporou percussão de verdade, orquestra e coral, tornando a música do filme
mais rica e melodiosa, destacando mais o aspecto humano da trama. E, para os
créditos finais, ele fez um interessante arranjo orquestral do conhecido tema.
Ao final, a verdade é que temos aqui um filme "B" turbinado por todo o dinheiro
gasto em sua produção. O que não é ruim, afinal isso não deixa de ser uma volta
às origens da série. A essas alturas não daria mesmo para se esperar que o filme
fosse um marco, mas como entretenimento ele se sai melhor que a encomenda e,
graças ao fôlego que deu à carreira de Schwarzenegger, o ator poderá voltar em
CONAN REI e, possivelmente, em O EXTERMINADOR DO FUTURO 4. É isso ou então
aceitar o austríaco como governador da Califórnia...
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