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O VIDENTE (Next,
EUA, 2007)
Gênero: Ficção Científica
Duração: 96 min.
Elenco: Nicolas Cage, Julianne Moore, Jessica Biel, Thomas
Kretschmann, Tory Kittles, José Zúñiga, Jim Beaver, Jason Butler Harner,
Michael Trucco, Enzo Cilenti, Laetitia Danielle, Nicolas Pajon
Compositor: Mark Isham
Roteiristas: Gary Goldman, Jonathan Hensleigh, Paul Bernbaum
Diretor: Lee Tamahori |
Herói dotado
Nesta
adaptação de uma história de ficção científica de Philip K. Dick, o diretor Lee
Tamahori realiza um filme trepidante e injustiçado pela crítica
O final
pode até ter sido um pouco frustrante para mim, deixando a impressão de que o
filme ficou inacabado, mas O VIDENTE (2007) manteve o meu interesse até o final,
sem jamais me aborrecer. Até porque estórias envolvendo previsões futurísticas
me interessam bastante. Na trama, Nicolas Cage é um homem que é capaz de prever
o que acontecerá nos próximos dois minutos. Ele usa sua capacidade fora do comum
para ganhar dinheiro nos cassinos e trabalhar como mágico. Só que um dia ele é
flagrado pelos guardas de segurança do cassino. E no mesmo dia, agentes do FBI
já estavam de olho nele, querendo que ele ajude a resolver o problema de uma
bomba atômica roubada. A responsável pela investigação é a personagem de Juliane
Moore, um pouco apagada no filme. A outra mulher da estória é mais importante:
Jéssica Biel, a mulher por quem o vidente se apaixona, antes mesmo de tê-la
conhecido pessoalmente.
Um dos maiores trunfos de O
VIDENTE está no seu ritmo. A cena de Cage fugindo dos guardas no cassino é
divertidíssima, bem como as seqüências de ação envolvendo a fuga dos agentes do
FBI e um dos momentos finais, quando ele se "divide" em vários para prever a
ação dos inimigos. Mas O VIDENTE é também um filme de amor e tanto o feioso
Nicolas Cage quanto a bela Jéssica Biel são simpáticos ao espectador. Por mais
que o vidente esteja longe de ser uma pessoa normal, a cena dele na lanchonete,
tentando imaginar um jeito de conseguir falar com aquela mulher o coloca mais
próximo de nós. Para completar, é quase possível ouvir a alteração na sua
freqüência cardíaca no momento em que Jessica surge de toalha na sua frente.
Adaptação de "Golden Man",
estória de Philip K. Dick, o filme foi ganhando ares de estória de amor graças a
Nicolas Cage. Pela vontade do diretor Lee Tamahori, O VIDENTE se concentraria
mais na ação. O que não seria de todo ruim, mas do jeito que ficou, o filme
ganhou um ar mais humano. Apesar de acertar de vez em quando, o neo-zelandês Lee
Tamahori nunca conseguiu repetir em Hollywood a excelência de O AMOR E A FÚRIA
(1994), feito em sua terra natal e obra que o revelou para o mundo. Dos seus
trabalhos americanos, o melhor talvez seja NA TEIA DA ARANHA (2001), com Morgan
Freeman. Quanto a O VIDENTE, é mais um filme que eu não entendo porque está
sendo malhado de forma quase unânime pela crítica. Tudo bem que a gente sente um
certo desleixo na direção, na narrativa, mas esse desleixo acaba contribuindo
para a sensação de despretensão que soma pontos a favor do filme. E é assim que
deve ser visto O VIDENTE: 98 minutos de diversão despretensiosa.
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